
Por Marcelo Hailer
Associações de mulheres, negros e direitos humanos ingressaram com ação civil pública contra as empresas de investimentos XP e Ável por danos morais coletivos.
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O que motivou os grupos militantes a moverem a ação é a política de contratação de ambas as empresas que são “notoriamente excludente e discriminatória”. Para as organizações, o padrão de contratação seria de homens jovens e brancos.
A motivação do processo foi uma foto que circulou muito pelas redes com a imagens de colaboradores da XP, que teria sido tirada entre 2020 e 2021 e na qual se constata a presença de poucas mulheres e nenhuma pessoa negra.
Cabe destacar que 54% da população brasileira é negra (IBGE). O valor da ação é de R$ 10 milhões.
A ação também chama a atenção, para além do racismo e da misoginia, o fato de que o encontro promoveu aglomeração, sendo que o país ainda com restrições para grandes encontros por conta da pandemia.
Os grupos pleiteiam uma série de pontos na ação: condenação pelos danos morais coletivos; que as rés sejam obrigadas a realizar plano de diversidade, com metas para impedir discriminação racial, de gênero e de idade; a composição dos quadros de funcionários com mesma proporção de negros, mulheres e indígenas presentes na sociedade brasileira; disponibilização de cursos gratuitos e estágios remunerados; e a reserva de cotas para idosos.
Ável e XP se pronunciam
Após a repercussão negativa que a foto do encontro entre os colaboradores gerou, as empresas XP e Ável.
“Erramos ao reunir nosso time sem os devidos cuidados e ao publicar a foto em um momento em que enfrentamos uma pandemia. (…) Como empresa, temos responsabilidade perante a sociedade e não vamos nos furtar a elas. Tomaremos o episódio como propulsor para abrir uma agenda de ações efetivas em relação à diversidade”, diz a nota.
Com informações do site Migalhas