
Dois dias após João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, ser espancado e morto por seguranças do supermercado Carrefour em Porto Alegre, o presidente Jair Bolsonaro enalteceu a diversidade da população brasileira e alegou que há tentativas de levar para o País tensões — como a racial — que são alheias à história nacional. Ele enfatizou a necessidade de união no território doméstico, apesar dos “diversos interesses para que se criem tensões entre nós”.
As considerações foram ditas no início de seu discurso na reunião de cúpula das 20 maiores economias do planeta (G20).
“Quero fazer uma rápida defesa do caráter nacional brasileiro em face das tentativas de importar para o nosso território tensões alheias à nossa história”.
Na fala, o presidente destacou o caráter miscigenado da população brasileira e disse aos demais líderes que o Brasil tem uma cultura diversa e única entre as nações.
“Somos um povo miscigenado. Brancos, negros e índios edificaram o corpo e o espírito de um povo rico e maravilhoso. Em uma única família brasileira podemos contemplar uma diversidade maior do que países inteiros”, destacou.
Foi a essência desse povo, conforme o presidente, que conquistou a simpatia do mundo.
“Contudo, há quem queira destruí-la, e colocar em seu lugar o conflito, o ressentimento, o ódio e a divisão entre raças, sempre mascarados de ‘luta por igualdade’ ou ‘justiça social’. Tudo em busca de poder”, considerou. Bolsonaro também disse que os brasileiros não são perfeitos e que têm seus problemas. “Existem diversos interesses para que se criem tensões entre nós. Um povo unido é um povo soberano. Dividido é vulnerável. E um povo vulnerável pode ser mais facilmente controlado e subjugado. Nossa liberdade é inegociável”, afirmou.
Negando o conflito racial, ele continuou dizendo que enxerga a todos com as mesmas cores, as do símbolo do Brasil, verde e amarelo. Segundo o presidente, não existe uma cor de pele melhor do que as outras, mas homens que são bons outros, maus.
“Aqueles que instigam o povo à discórdia, fabricando e promovendo conflitos, atentam não somente contra a nação, mas contra nossa própria história”.