
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou as expectativas e fez o Brasil passar vexame. Ele abriu seu discurso na 76a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na manhã desta terça-feira (21) com ataques à imprensa, delírios de que o país estava sob ameaça socialista e com mentiras de que o Brasil está há “dois anos e meio sem corrupção”.
Leia também: Vexame à vista: Bolsonaro abre nesta terça Assembleia-Geral da ONU
“Venho mostrar um Brasil diferente do mostrado em jornais”, disse, na abertura. Afirmou que “o Brasil tem um presidente que acredita em Deus, respeita a Constituição” e que isso “é muito” porque “estávamos à beira do socialismo”.
“Estávamos à beira do socialismo. Estatais davam prejuízos de bilhões de dólares e hoje são lucrativas. Nossos bancos eram usados para financiar obras em países comunistas sem garantias”, continuou.
Em seu pronunciamento, ele disse, na ONU, que pretende “mostrar um Brasil diferente do mostrado em jornais”. “O Brasil tem um presidente que acredita em Deus, respeita a Constituição e valoriza a família”. “É uma sólida base”, disse.
Único líder do G20 não vacinado e, por isso, barrado nas áreas internas de restaurantes na cidade estadunidense, Bolsonaro criticou o passaporte sanitário.
“Apoiamos a vacinação contudo nosso governo tem se posicionado contrário o passaporte sanitário ou qualquer obrigação relacionada à vacina”, afirmou.
Além disso, fez defesa do ‘tratamento precoce’ e sem comprovação científica contra a covid.
Socialistas comentam vexame mundial
O líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), falou sobre a defesa do ‘tratamento precoce”.
O líder da Minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ), destacou uma das mentiras proferidas pelo presidente. “O chefe da quadrilha de ladrões de vacina falando que não tem corrupção no governo”, escreveu.
Freixo também resumiu a sucessão de mentiras do discurso de Bolsonaro. “Um vexame que degrada ainda mais a imagem do Brasil no mundo”, comentou.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), classificou a fala do presidente como feita sob medida para o ‘cercadinho’- em alusão aos apoiadores bolsonaristas com quem o mandatário conversa às portas do Palácio da Alvorada. “Ele realmente quer o Brasil como ‘pária internacional’, isolado e sem voz ativa no mundo”, escreveu.
Dino também comentou a deslealdade de um presidente da República atacar governadores e prefeitos do país que governa na tribuna da ONU.
“Bolsonaro foi à sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, nos EUA, com uma comitiva enorme, para fazer um discurso delirante ao cercadinho do Alvorada”, ironizou o deputado federal Camilo Capiberibe (PSB-AP)
O deputado federal Denis Bezerra (PSB-CE) também expressou a vergonha com o discurso de Bolsonaro. “O mito (maníaco) ataca Governadores, imprensa e rebaixa a imagem do nosso Brasil”, postou.
O deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG) destacou a mentira de Bolsonaro sobre o crescimento da economia. “Será lembrado como o Pinóquio da década”, ironizou.
Essa é a terceira vez que Bolsonaro discursa como presidente do Brasil – o representante do país é encarregado de abrir oficialmente a fala dos presidentes mundiais desde 1947.