
Com Plinio Teodoro
Um novo vexame internacional de Jair Bolsonaro (sem partido) está agendado para iniciar às 10h (horário de Brasília) desta terça-feira (21). O presidente brasileiro abre a 76ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) após ser tratado como pária desde que chegou a Nova York, no domingo (19).
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“Enquanto Bolsonaro monta seu picadeiro em Nova York, no Brasil a realidade apresenta sua conta”, escreveu o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.
O líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), escreve que enquanto o presidente envergonha o Brasil na Assembleia-Geral da ONU, ignora os problemas do país.
O líder da Minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ), comentou sobre a expectativa. “Bolsonaro é um vexame global pago com dinheiro público,”escreveu.
O deputado federal Julio Delgado (PSB-MG) falou sobre a reação do prefeito de Nova York sobre o fato de Bolsonaro ainda não ter sido vacinado contra a covid.
Um dos principais focos de Bolsonaro em seu discurso será a defesa da sua gestão frente à pandemia, que vem sendo criticada duramente nos bastidores das Nações Unidas e virou alvo de chacota em todo o mundo.
Passando vexame ao comer na rua e em espaços abertos improvisados para driblar o decreto do prefeito democrata Bill de Blasio, que impede que pessoas que não estejam vacinadas consumam no ambiente interno de bares e lanchonetes, Bolsonaro deve fazer uma defesa enfática do Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19, mesmo com vacinas em falta no Brasil.
Embora integrantes não alinhados no Itamaraty esperem um discurso mais ameno, para aliviar as tensões nas negociações diplomáticas, Bolsonaro deve manter o tom com certo negacionismo para alimentar a base eleitoral no Brasil – especialmente após as críticas pelo recuo no 7 de Setembro.
Além de enfatizar a “democracia” no Brasil, o presidente deve fazer mais uma vez a defesa de sua política predatória no meio ambiente, que coleciona recordes de desmatamento na Amazônia e é um dos principais temas de desgate nas relações com outros países, especialmente da Europa.
Nesse tema, Bolsonaro ainda vai focar a política indigenista, que vem sofrendo várias críticas internacionais especialmente por causa da defesa que o governo faz da ilusória tese do marco temporal.