
Pelo menos 18 países se manifestaram contrários ao resultado das eleições parlamentares realizadas no último domingo (6) na Venezuela. A coalizão apoiada por Nicolás Maduro, formada pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e seus aliados, recebeu 68% dos votos e terá a maioria dos 227 assentos.
O processo foi marcado pela ausência de candidatos da oposição e pela alta taxa de abstenção. Segundo dados oficiais fornecidos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o comparecimento foi de 31%. O Observatório Contra a Fraude, vinculado à atual AN, de maioria opositora, discorda desse dado e diz que o comparecimento não passou de 18% dos eleitores.
Em um comunicado, a União Europeia disse que não reconhece o resultado por “não se tratar de um processo crível, transparente nem inclusivo”. O texto chamou a atenção para o impedimento da participação de vários partidos e políticos.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, comandado por Ernesto Araújo, também assinou nota rejeitando os resultados das eleições com outros 15 países das Américas, incluindo Canadá, Chile e Colômbia.
“Reiteramos que as eleições de 6 de dezembro (…) carecem de legalidade e legitimidade pois foram realizadas sem as garantias mínimas de um processo democrático, de liberdade, segurança e transparência, e sem integridade dos votos, participação de todas as forças políticas ou observação internacional”, afirma a declaração divulgada na segunda-feira (7).
Além disso, a votação foi boicotada pela maioria das siglas e lideranças opositoras, incluindo Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por dezenas de países e seus aliados. Porém ele não chegou a assumir o poder de fato.
“A fraude foi consumada. A rejeição majoritária do povo da Venezuela é evidente. A maioria da Venezuela deu as costas a Maduro e à sua fraude”, declarou Guaidó em um vídeo publicado nas redes sociais.
O líder da oposição ainda convocou um plebiscito, até sábado (12), para prolongar o mandato do atual Parlamento até que seja possível organizar “eleições livres, verificáveis e transparentes”.
Entre os eleitos, segundo os resultados oficiais, estão Diosdado Cabello, homem-forte do chavismo, e a esposa de Maduro, Cilia Flores. Do lado do partido opositor, o Avanzada Progresista, elegeu um parlamentar, Luis Augusto Romero.
Com informações da Folha de S. Paulo