
A varíola dos macacos deve fazer com que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adie o fim da exigência do uso de máscaras em voos. Como essa vigilância de portos e aeroportos é atribuição da agência, o uso da proteção facial deve continuar, mesmo que o presidente Jair Bolsonaro (PL) continue a manter a não obrigatoriedade diante do aumento de casos da monkeypox.
O Brasil já registrou mais e 2 mil casos da doença.
Para além do uso de máscara, cuidados como a higienização frequente das mãos e o uso de álcool 70% são fundamentais para a prevenção assim como ocorre com a covid-19. Isso porque a varíola dos macacos é transmitida por contato próximo com as lesões da pele, as secreções respiratórias e objetos compartilhados.
Os principais sintomas são febre, dor de cabeça e no corpo, dor nas costas, calafrios, feridas na pele – as erupções cutâneas -, e gânglios inchados que costumam aparecer antes das erupções cutâneas.
As erupções na pele mudam de acordo com a evolução da doença. Começam vermelhas e sem volume, depois se tornam bolhas e, por fim, começam a formar cascas. Porém, como os sintomas variam, é importante buscar o serviço de saúde em casa de suspeita da doença que pode ser confundida com outras enfermidades.
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Tratamento e vacina
A varíola dos macacos é uma doença autoimune. Ou seja, o próprio organismo combate a elimina a doença na maioria dos casos. Os sintomas costumam durar entre duas e quatro semanas.
Como o vírus é semelhante ao da varíola, os mesmos medicamentos e vacinas podem ser usados para tratar a doença, como os três imunizantes contra a varíola humana, com até 85% de efetividade contra a doença.
No Brasil, o Ministério da Saúde disse que “articula com a Organização Mundial da Saúde (OMS) as tratativas para aquisição da vacina monkeypox”. Ou seja, ainda não temos a vacina específica para a doença.
Não é doença sexualmente transmissível
Embora a Organização Mundial da Saúde observou que os dados iniciais traziam maior notificação entre homens que fazem sexo com homens, não há nenhuma comprovação até o presente momento de que a doença possa ser transmitida por fluidos sexuais, como o sêmen.
O contato próximo e/ou íntimo, porém, parece traze mais riscos de contágio até pelas formas de contágio identificadas até agora.
“O contato com essas feridas costuma ser mais intenso durante a relação sexual. A partir daí, o vírus é transmitido para um outro indivíduo, que também tende a manifestar os sintomas na região genital”, explicou à BBC News Brasil o médico Alexandre Naime Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Mudança de nome
Após o registro de mortes de macacos em diversas regiões do Brasil, a OMS afirmou que matar os animais não previne a doença. Os animais passaram a sofrer ataques após a chegada da doença ao país. Em Rio Preto (SP), oito animais foram encontrados mortos e a polícia suspeita que a população tenha atacado os animais por medo da doença.
Para evitar estigmais e mais mortes e maus tratos, a OMS avalia trocar o nome da enfermidade.
A porta da OMS, Margareth Harris afirmou nesta terça-feira (9) que a doença foi batizada com esse nome porque foi identificada inicialmente nos anos 50, em macacos num zoológico da Dinamarca.
“Mas o vírus está presente em vários animais”, disse, de acordo com o jornalista Jamil Chade, do UOL.
Com informações do g1, Drauzio Varela e O Globo