
Amostra coletada para um estudo da Prefeitura de São Paulo junto com o Instituto de Medicina Tropical da USP aponta que a variante P.1, que surgiu em Manaus, já é a principal em circulação na cidade de São Paulo. “Estamos vivendo uma nova epidemia na cidade”, diz o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido durante coletiva.
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De 73 amostras colhidas de pessoas infectadas que realizaram o exame de RT-PCR e residem em SP, 64,4% eram da variante de Manaus, ou seja, 47 pacientes. Outras cinco pessoas estavam infectadas pela variante do Reino Unido, a B.1.1.7. Segundo Aparecido, o trágico aumento das variantes está resultando em mais óbitos e mais pacientes jovens infectados.
“É por isso que mais jovens estão ficando doentes, é por isso que o percentual de pessoas que morrem quando vão para a UTI aumentou”, afirmou.
No ano passado, cerca de 27% dos pacientes que precisavam de tratamento intensivo não resistiam. Agora, esse percentual saltou para 35%. Também há hoje um número maior de casos concentrados na faixa dos 20 aos 54 anos em São Paulo.
Ainda segundo as análises feitas pela secretaria, há um crescente número de notificações e casos até a primeira semana de março. “Visivelmente, há uma aceleração nos casos na cidade de São Paulo”, disse o secretario.
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Na cidade do Rio de Janeiro, o cenário não é diferente. A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que a P.1 já responde por 83% dos casos da Covid-19 na cidade, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (26).
A variante foi detectada pela primeira vez pelo Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão, em janeiro de 2021. Quatro pessoas chegaram de Tóquio infectadas com ela, depois de visitar a região do Amazonas. Em São Paulo, a primeira pessoa infectada surgiu em fevereiro. A rápida disseminação aumenta as suspeitas de que a nova variante é mais contagiosa e, desconfia-se, mais letal.
Com informações da Folha de S. Paulo e da CNN Brasil