
Faltam 16 dias para a eleição e eu confesso a minha preocupação com as últimas informações dessa campanha.
Tenho observado uma curva ligeiramente positiva para Bolsonaro em duas áreas importantíssimas num final de campanha: rejeição e aprovação do governo. A essa altura, menos que os números das intenções de voto, seria importante que a rejeição de Bolsonaro estivesse subindo e a aprovação de seu governo caindo.
Talvez isso tenha a ver com a qualidade das campanhas. Embora a campanha de Lula tenha produzido peças bonitas e emocionalmente poderosas e tenha acertado muito na linha politica do aproveitamento das alianças especialmente com Simone Tebet, acho que falta um pouco mais de concretude programática. É possível que o fato da comissão criada para elaborar o programa de governo não ter cumprido o seu objetivo, tenha a ver com isso. Mas agora não há mais tempo para discutir a questão. Tudo agora é campanha, mobilização e propaganda.
Não sei se é impressão minha, mas acho que nos programas de Tv exibidos no horário eleitoral a campanha de Bolsonaro tem aproveitado os seus 5 minutos de forma mais organizada e valorizado mais as propostas do que a nossa.
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A recuperação das ruas e praças pelo movimento pró-Lula, com grandes e comoventes manifestações com a de Salvador do dia 12 poderiam ser mais valorizadas. Mostrar a magnitude desses atos me parecem fundamentais para engajar, fidelizar e fortalecer nosso campo, mas também para balançar corações e mentes dos indecisos. Se for possível, creio que os competentes publicitários da nossa campanha saberão o que fazer. Consertar a roda com o carro da história andando.
Porém, independetemente da propaganda estamos precisando muito que a nossa militancia vá para a rua. Disputar cada voto é muito importante nesse momento.
Adesivo no carro, praguinha no peito, panfleto na mão, palavra forte nos lábios, demonstrar coragem e a alegria de estarmos no lado certo história , pode ser decisivos para a vitória da civilização contra a barbárie fascista.
Lula e Alckmin representam o pacto civilizatório representado pela Constituição de 88 cuja defesa é um dever dos cidadãos.
Por Domingos Leonelli, ex-deputado federal e coordenador do site Socialismo Criativo