
Para os parlamentares que investigam a invasão do Capitólio, em Washington, nos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump “colocou seu plano em prática” com o chamamento aos seus apoiadores para marcharem ao Legislativo norte-americano, no dia 6 de janeiro de 2021.
Mesma estratégia que vem sendo seguida por Jair Bolsonaro (PL), que desde que chegou ao poder faz acusações sem provas contra o sistema eleitoral brasileiro e, em sua última live enviou um recado aos seus apoiadores: ”sabemos o que temos que fazer”.
Nos EUA, a deputada democrata e membro do comitê que investiga a invasão Stephanie Murphy destacou que não se tratou de um chamamento espontâneo por parte de Trump.
“As evidências confirmam que [o episódio] não se tratou de uma chamada espontânea à ação, mas sim de uma estratégia deliberada que o presidente havia decidido de maneira antecipada”, afirmou Murphy.
Um tuíte publicado por Trump em 19 de 2020 é uma das evidências que comprovam a responsabilidade do ex-mandatário na invasão.
“Grande protesto em [Washington] D.C. em 6 de janeiro. Estejam lá! Será selvagem!”, afirmou Trump na publicação.
Ele já havia sido responsabilizado em junho comissão que viram evidente “tentativa de golpe” feitas a partir de acusações infundadas de fraude no sistema eleitoral dos EUA.
Trump sabia que manifestantes estavam armados
A antiga assessora da Casa Branca, Cassidy Hutchinson, havia confirmado que Trump sabia que os manifestantes estavam armados e que furiosamente tentou se juntar à multidão. Foi impedido por seu motorista, que fazia parte do serviço secreto.
As investigações também mostram a proximidade com os grupos da extrema-direita Oath Keepers e Proud Boys, que lideraram a invasão. Michael Flynn, então assessor de Segurança Nacional, foi fotografado fora do Capitólio com membros dos Oath Keepers.
Em outro episódio, Roger Stone, amigo e ex-assessor de Trump, tentava encerrar a contagem dos votos dois dias após as eleições em um grupo criptografado com integrantes das duas organizações extremistas.
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Seguindo os passos da violência
Enquanto isso, Jair Bolsonaro segue incitando seus apoiadores contra o sistema eleitoral do país – sem provas.
“Não preciso dizer o que estou pensando, mas você sabe o que está em jogo. Você sabe como você deve se preparar, não para o novo Capitólio, ninguém quer invadir nada, mas sabemos o que temos que fazer antes das eleições”, disse na live da última semana.
O que gerou ainda mais preocupação, principalmente, após o assassinato de Marcelo Arruda pelo bolsonarista Jorge Guaranho, em Foz do Iguaçu.
Preocupado com escalada da violência política às vésperas da eleição, o líder do PSB na Câmara, Bira do Pindaré, apresentou, nesta terça-feira (12), Projeto de Lei que restringe o porte de armas “no período compreendido entre a semana imediatamente anterior e imediatamente posterior ao pleito eleitoral”.
A medida proposta no texto não atinge profissionais que tenham atividades relacionadas à segurança pública ou privada.
Com informações o Ucho