por redação Socialismo Criativo em 05/11/2018.
Biblioteca, em Salvador, oferece óculos especiais para deficiente visual.

Doron Sadka, diretor Mais Autonomia Tecnologia Assistiva, explica que os óculos são uma forma de inclusão social. Foto de Lucas Rosário.
Uma instituição fundada há 200 anos e com um acervo de 120 mil livros para usufruto gratuito. Essa é a Biblioteca Pública do Estado da Bahia (BCEB), a primeira biblioteca pública da América Latina. Agora, é a primeira do estado a oferecer óculos com “inteligência artificial”. A tecnologia está disponível no setor Braile da biblioteca.
O equipamento é o “OrCam MyEye 2.0”, um dispositivo de inteligência e visão artificial. Ele funciona sem a necessidade de acesso à internet e decodifica textos em qualquer superfície nas línguas português, inglês e espanhol. “Essa tecnologia, além de fazer a leitura dos signos, transforma-os em áudio, facilitando o acesso à informação. Faz também o reconhecimento de cores, dinheiro e embalagens. Isso dá uma autonomia grande para os deficientes visuais”, explica a diretora da biblioteca, Naiara Malta. “Para isso, principalmente, é que serve a tecnologia”, comenta Domingos Leonelli, presidente do Instituto Pensar.
Segundo o diretor da empresa que desenvolve o equipamento, a Mais Autonomia Tecnologia Assistiva, em nossas atividades cotidianas, a leitura ocupa 80% do que fazemos, portanto, a oferta desses óculos em uma biblioteca é um processo inclusivo.“Estamos proporcionando aos deficientes visuais, analfabetos, idosos e às pessoas que têm limitação visual, óculos com câmera, que pode fazer a leitura em qualquer idioma. Este equipamento traduz a leitura e é o mais moderno e avançado do mundo”, diz o diretor-geral da Fundação Pedro Calmon (FPC), Zulu Araújo. A fundação é responsável pelas bibliotecas públicas do Estado.
Em um encontro para apresentação do novo serviço, realizado na própria biblioteca, no dia 25 de outubro, uma representante da Associação Baiana para Cultura e Inclusão (ABACI), Cristina Gonçalves, lembrou das dificuldades que enfrentou ao perder a visão aos 23 anos, mesma época em que havia ingressado na universidade. Agora, ela comemora essa proposta de inclusão através de uma tecnologia voltada ao conhecimento. “Não queremos privilégio, mas acessibilidade. Quero convidar, agora, outros amigos deficientes visuais para usar e experimentar a liberdade, o acesso à cultura e a educação”.
A biblioteca é conhecida, também, como Biblioteca Central. Fica localizada em Salvador, na Rua General Labatut, Barris. Para outras informações, o telefone da instituição é o (71) 3117-6000.