
O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a realização de auditoria nos gastos sigilosos do cartão corporativo da Presidência da República. O presidente Jair Bolsonaro tem se recusado a explicar o uso que faz do dinheiro público via esse cartão, que supera 90%, alegando risco à segurança do presidente.
Conforme revelou o Estadão em maio, a fatura das despesas nos quatro primeiros meses de 2020 dobrou na comparação com a média dos últimos cinco anos – em um total de R$ 3,76 milhões, embora a gestão Bolsonaro diga que gastou menos que as anteriores.
A apuração vai do período de janeiro de 2017, quando Michel Temer era presidente, até agora, compreendendo um ano e meio da gestão de Jair Bolsonaro.
O aumento nos gastos e a falta de transparência foram objetos de representações com pedidos de providências ao TCU, elaboradas pelo procurador Lucas Rocha Furtado, do Ministério Público de Contas, pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES) e pelo deputado distrital Leandro Grass (Rede-DF).
Ao invés de abrir as faturas do gasto governamental, o ministro do TCU Vital do Rêgo, relator, negou liminar para isso, porém propôs a auditoria diante da “necessidade de avaliar a transparência e a regularidade das despesas realizadas”.
“De fato, levantamento realizado pela Secex Administração [ Secretaria de Controle Externo da Administração do Estado] apontou que esse tipo de despesa vinha se mantendo no nível de R$ 1,9 milhão nos primeiros quadrimestres desde 2016 quando, no mesmo período de 2020, subiu para R$ 3,76 milhões, com incremento de mais de 90%”, disse Vital do Rêgo ao plenário do TCU nessa quarta-feira (10).
Com informações do Estadão e Correio Braziliense