
Os impactos negativos da pandemia de Covid-19 em meio à omissão do governo Jair Bolsonaro levou 20 estados brasileiros a registrarem recorde da taxa média de desemprego em 2020. Os dados, divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmam também que mulheres e negros foram mais penalizados pela crise no mercado de trabalho.
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No ano passado, a taxa de desemprego ficou em 13,5%, a maior desde 1993, segundo levantamento da consultoria iDados. No quarto trimestre, a taxa de desemprego no país foi de 13,9%, a maior para o período de toda a série histórica do IBGE, iniciada em 2002.
As maiores taxas foram registradas em estados do Nordeste, com a Bahia sendo o estado que registrou a maior taxa média de desemprego (19,8%), e as menores, no Sul. Somente em sete estados a taxa de desemprego média do ano não bateu recorde. São eles: Pará, Amapá, Tocantins, Piauí, Pernambuco, Espírito Santo, e Santa Catarina.
Dentre os 20 estados que registraram recorde, 12 tiveram taxa superior à média nacional. Os estados nos quais a taxa foi menor que a média do país são: Rondônia, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.
15 estados com nível de ocupação abaixo de 50%
Em 15 estados, a maioria do Norte e Nordeste, o nível de ocupação ficou abaixo de 50% no ano passado. Em Alagoas, por exemplo, apenas 35,9% das pessoas em idade para trabalhar estavam ocupadas. Na média nacional, foi a primeira vez que isso aconteceu.
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De acordo com o IBGE, a população ocupada em todo país foi reduzida em cerca de 7,3 milhões de pessoas na comparação com 2019. São Paulo foi o estado com o maior contingente de trabalhadores perdidos – quase 2 milhões (1.994 milhão) em um ano. Em seguida, vem Minas Gerais, com 820 mil a menos, e Bahia, com redução de 626 mil ocupados no período.
Essa queda da ocupação também afetou trabalhadores informais. A taxa média de informalidade caiu de 41,1% em 2019 para 38,7% em 2020, somando ainda 39,9 milhões de pessoas. Os informais são os trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar.
Nas regiões, a taxa média nacional de informalidade foi superada em 19 estados, variando de 39,1%, em Goiás, até 59,6% no Pará. Em sete desses estados, a taxa ultrapassou 50% e apenas São Paulo (29,6%), Distrito Federal (28,2%) e Santa Catarina (26,8%) tiveram taxas de informalidade abaixo de 30%.
Com informações do G1 e UOL