O responsável pela estratégia da Suécia admitiu que uma abordagem mais dura poderia ter evitado o elevado número de mortes registrado no país

Epidemiologista chefe da Agência de Saúde Pública da Suécia, Anders Tegnell reconheceu nessa quarta-feira (3) que o país deveria ter adotado medidas mais contundentes de isolamento social para conter a pandemia. Após receber inúmeras críticas sobre sua estratégia, o arquiteto da resposta oficial de Estocolmo admitiu que uma abordagem mais dura poderia ter evitado o elevado número de mortes registrado no país.
“Sim, acho que poderíamos ter feito mais do que fizemos na Suécia”, disse Anders Tegnell, epidemiologista chefe da Agência de Saúde Pública sueca, à rádio Sveriges. “Se encontrássemos a mesma doença, sabendo exatamente o que sabemos hoje, acho que acabaríamos fazendo algo entre o que a Suécia fez e o que o restante do mundo fez.”
Embora a Suécia tenha menos mortos pela covid-19 do que países como Reino Unido, Espanha e Itália, epicentros da doença na Europa, o país apresenta quase quatro vezes o total de mortos somado dos outros países nórdicos.
Enquanto os mortos por covid-19 no território sueco chegam a 4.468, com 38.589 casos confirmados, Noruega e Dinamarca, que adotaram medidas de isolamento, têm números bastante inferiores: 8.455 infectados e 237 mortes, e 11.934 infectados e 580 mortes, respectivamente.
Ignorando as estatísticas, o país foi considerado um exemplo para os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, por ser um dos poucos países em que cafés e restaurantes ficaram abertos, escolas para alunos com menos de 16 anos funcionaram e onde amigos e parentes ainda podiam se reunir.