
A investigação que envolve o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e seu ex-assessor Fabrício Queiroz pode parar nas mãos do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Jorge Mussi, ainda que temporariamente. Isso acontecerá se o relator do caso, ministro Felix Fischer, não retomar seus trabalhos na próxima semana, quando termina o recesso do Judiciário.
Segundo pessoas próximas a Fischer, sua volta pode atrasar, porque ele se submeteu na última segunda-feira a uma cirurgia por problemas intestinais, em Brasília. Fischer passa bem, mas ainda permanece na UTI. A previsão é que possa ter alta no próximo sábado.
Caso o relator se licencie, quem assume as questões urgentes, inclusive as relativas ao caso Queiroz, é Jorge Mussi. Isso acontece porque ele é o mais antigo da Quinta Turma, a mesma de Fischer.
Com isso, Mussi teria a prerrogativa de rever decisões do caso das “rachadinhas” como a do presidente da Corte, João Otávio Noronha, de conceder prisão domiciliar a Queiroz e sua mulher, Márcia. Fischer disse a colegas que, quando retomasse, deveria rever a decisão.
Alerta
Em depoimento no inquérito que investiga suposto vazamento da operação da Polícia Federal que atingiu Fabrício Queiroz, o empresário Paulo Marinho confirmou que o presidente Jair Bolsonaro foi alertado pessoalmente pelo ex-ministro Gustavo Bebianno, que morreu em março, sobre a gravidade do caso, como ele havia dito em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
Segundo Marinho, ele ligou para Bebianno, no dia 13 de dezembro, para relatar a gravidade dos fatos. A data é a de sua reunião com Flávio e o advogado Victor Granado Alves, ex-assessor do senador, quando, segundo ele, soube pelo próprio senador do vazamento da operação.
Marinho prestou depoimento em 21 de maio, após denunciar o vazamento. Segundo ele, o episódio teria provocado a exoneração de Queiroz.
Com informações do O Globo.