
O preço médio do litro da gasolina subiu R$ 0,17 e passará a custar R$ 2,25 a partir desta terça-feira (9), após o anúncio da Petrobras. O reajuste é de cerca de 8% no preço da gasolina vendido pelas refinarias para as distribuidoras e de cerca de 6% (R$ 0,13 por litro) sobre o óleo diesel, que passará a custar R$ 2,24.
Em efeito cascata, o GLP (gás liquefeito de petróleo), o gás de botijão, também teve o preço aumentado: cerca de 5% (R$ 0,14 por kg). Com o reajuste do preço, o gás de botijão passará a custar 2,91 por kg (ou R$ 37,79 por 13 kg).
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Em nota, a Petrobras esclareceu que os valores praticados nas refinarias pela empresa são diferentes dos percebidos pelo consumidor final no varejo.
“Até chegar ao consumidor, são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, no caso da gasolina e do diesel, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores de combustíveis.”
Petrobras
Venda de refinaria pioneira
Além do aumento nos preços dos combustíveis, a Petrobras também comunicou, na mesma ocasião, a venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam) por US$ 1,65 bilhões. A Rlam é a primeira refinaria nacional de petróleo, criada em setembro de 1950.
Localizada em São Francisco do Conde, região metropolitana de Salvador (BA), a refinaria teve origem impulsionada pela descoberta do petróleo no estado baiano. A operação da Rlam possibilitou o desenvolvimento do primeiro complexo petroquímico do país, o de Camaçari.
A Rlam tem 26 unidades de processamento, e 201 tanques de armazenamento. Ela refina mais de 30 tipos de produtos, entre eles gasolina, diesel, lubrificantes, querosene de aviação, entre outros, sendo a única produtora nacional de uma parafina alimentícia usada na fabricação de chocolates e chicletes, a chamada food grade.
Segundo a Petrobras, a Mubadala Capital, uma empresa de investimentos, venceu a disputa por US$ 1,65 bilhão. A assinatura do contrato de compra e venda está sob aprovação dos órgãos competentes. O processo de venda da Rlam é o mais adiantado entre as oito refinarias que a Petrobras pretende privatizar até o final de 2021.
Por meio de nota, a Petrobras informou ainda que também recebeu propostas vinculantes para a venda de outra refinaria, a Presidente Getúlio Vargas (REPAR), no Paraná, mas decidiu pelo encerramento do processo, porque as propostas apresentadas ficaram aquém da avaliação econômico-financeira da estatal.
Reação dos socialistas
A deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA) comentou, por meio de sua conta no Twitter, que a Petrobras mostra valentia para aumentar o preço do gás e da gasolina, mas covardia ao vender refinarias.
Lídice chama a atenção para a alta da gasolina, gás de cozinha e óleo diesel, que contribuem significativamente para a disparada dos índices de inflação.
“Num momento terrível da pandemia e da economia, o governo acena com esse reajuste. Somente em janeiro, mais de 2 milhões de pessoas entraram na linha da pobreza no Brasil. Trata-se de um governo que está levando o país para o abismo.”
Lídice da Mata
Para a parlamentar baiana, o preço de venda da Refinaria Landulpho Alves por menos de R$ 2 bilhões é considerado muito abaixo do valor de mercado pelos especialistas. A socialista cita um estudo feito pela PUC-Rio que mostra que a venda de oito refinarias da Petrobras pode criar uma nova distorção no mercado e vários monopólios privados. Essas unidades respondem por cerca de 50% da capacidade de processamento de petróleo do país.
O socialista Bira do Pindaré (PSB-MA) também criticou mais uma alta nos preços dos combustíveis na política neoliberal implementada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Com informações do G1 e Informe Baiano