
Uma mistura de indignação, estupor, pesar e preocupação tomou conta do universo político democrático desde que espalhou-se a notícia do assassinato de Marcelo Arruda por um bolsonarista em Foz do Iguaçu (PR). O socialista Alessandro Molon (PSB-RJ) lamentou o ocorrido nas redes sociais.
“O ódio semeado ao longo do tempo começa a produzir seus mais trágicos frutos: assasinatos por causa de divergências políticas. Nossa democracia não comporta barbáries como a q causou a morte de Marcelo Arruda. Basta! Queremos viver em paz. Solidariedade aos familiares de Marcelo.”. Alessandro Molon
O pré-candidato ao governo do Rio de janeiro Marcelo Freixo (PSB-RJ) também prestou solidariedade à família enlutada.
“Minha solidariedade à família do guarda municipal Marcelo Arruda. O ódio e a intolerância política destruíram uma família. Chega dessa violência que joga os brasileiros uns contra os outros e mata. Nosso país precisa de paz, respeito e tolerância.” Marcelo Freixo
A deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA) escreveu no Twitter que “o assassinato de Marcelo Arruda por um bolsonarista no Paraná é uma barbárie”.
“Vale lembrar que não é a primeira vez. Na Bahia, o produtor cultural Moa do Katendê foi covardemente morto por um adepto do atual presidente. Precisamos pacificar o Brasil.” Lídice da Mata
Lula prestou solidariedade
O ex-presidente Lula (PT) se pronunciou nas redes sociais sobre o assassinato de Marcelo Arruda. Numa sequência de quatro tuítes, Lula registrou que a morte aconteceu durante a festa de 50 anos que “tinha como tema o PT e a esperança no futuro; com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha”.
Lula pediu “democracia, diálogo, tolerância e paz” e pediu “compreensão e solidariedade” para a família do assassino: “peço compreensão e solidariedade com os familiares de José da Rocha Guaranho, que perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável”.
Gleisi Hoffmann vai a velório
A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), suspendeu todos os compromissos que teria neste domingo (10) e viajou para Foz do Iguaçu, em seu Estado, para participar do velório e sepultamento do tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, assassinado na madrugada por um bolsonarista,
“Triste demais. Marcelo era um amigo”, disse Hoffmann à jornalista Luciana Lima, do Metrópoles, quando embarcava na tarde deste domingo (10) para Foz.
Ela informou que as agendas de Lula, em Brasília, previstas para a próxima terça-feira (12), serão mantidas, apesar do clima de violência que tomou conta da pré-campanha.
Como foi o crime
O guarda municipal Marcelo Arruda morreu na madrugada deste domingo (10) em sua festa de 50 anos de idade após levar três tiros disparados pelo bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, da Polícia Penal Federal (PPH).
Marcelo havia sido candidato a vice-prefeito da cidade pelo PT em 2020, era diretor do Sindicato de Servidores Públicos do município e tesoureiro do PT em Foz. A festa acontecia na Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi), toda ela com temas vinculados ao PT e à candidatura Lula, com cantos e vivas ao ex-presidente. Veja abaixo o vídeo da festa antes do assassinato.
O assassino interrompeu a festa cerca de 20 minutos antes do assassinato. Ele parou seu carro do lado de fora da Aresfi, onde acontecia a comemoração, aos gritos de “é Bolsonaro, seus filhos da puta”. Ele estava com sua esposa e filha no carro. Quando Marcelo Arruda saiu da festa para ver o que acontecia, o assassino apontou o revólver, enquanto a mulher gritava, “para com isso, vamos embora”. Ele deixou o local em seguida, prometendo voltar aos gritos: “Eu vou voltar e matar todos vocês, seus desgraçados”
Ato contínuo, Marcelo foi até seu carro e pegou seu revólver funcional, afirmando a uma pessoa da festa, “vai que esse maluco volta mesmo, eu não vou ficar desprevenido”. A festa prosseguiu por mais 20 minutos até que o bolsonarista assassino voltou e invadiu o local de arma em punho. Marcelo identificou-se como guarda municipal, mostrando seu distintivo e já com sua arma nas mãos, mas de nada adiantou. Guaranho disparou duas vezes.
O primeiro tiro foi na perna de Marcelo Arruda, que caiu. Como numa execução, o policial penal federal aproximou-se e deu outro tiro. O líder do PT recebeu o tiro nas costas, conseguiu virar-se e deu cinco tiros no bolsonarista. Segundo um amigo de Marcelo, “com sua reação, ele conseguiu evitar uma chacina, foi um herói”.
O líder do PT morreu pouco depois e o assassino na manhã deste domingo num hospital da cidade.
Com Mauro Lopes