
“Lamentável a saída do ministro Luiz Henrique Mandetta, que estava cumprindo as orientações da Organização Mundial da Saúde. Esse é momento de ficar em casa e ouvir as vozes da ciência e dos profissionais de saúde. Estamos num momento crítico da pandemia do coronavírus. É preciso valorizar e defender a vida”, assim definiu a deputada federal Lídice da Mata, após o anúncio da demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, nesta quinta-feira (16).
Anunciada nesta tarde, a partir de um tuíte do próprio ministro, a demissão foi formalizada logo depois pelo presidente Jair Bolsonaro. Na mesma ocasião, o empresário e oncologista, Nelson Teich, foi apresentado como novo chefe da pasta. Sem experiência na área da saúde pública, a repercussão foi imediata também entre os demais socialistas.
Caminho medíocre
Danilo Cabral (PE), por exemplo, não poupou críticas à postura do presidente. “Como esperado, Bolsonaro optou, mais uma vez, pelo caminho medíocre de colocar seus interesses menores acima dos interesses do Brasil. Optar por demitir o ministro da Saúde na iminência do pico da crise, é um ato irresponsável e criminoso. Luiz Henrique Mandetta sai maior que entrou”, definiu.
Tiro no pé
Rodrigo Agostinho (SP) também lamentou a mudança no dia em que o Brasil registrou os 30 mil casos confirmados e quase 3 mil mortos pela Covid-19.
“Lamento a demissão do ministro Mandetta. Tiro no pé da responsabilidade e da ciência. Que o sucessor tenha consciência e mantenha linha de atuação compatível com o cargo que ocupará. Os desafios de combater a pandemia e manter a saúde pública não podem ser reféns de ideologias”, defendeu.
Líder do PSB, Alessandro Molon (RJ) também criticou, ao divulgar vídeos dos muitos protestos ocorridos pelo país. “O que Bolsonaro chamou de “excesso” nada mais é do que SERIEDADE em lidar com uma pandemia que já infectou 2 milhões de pessoas mundo afora. Quase 2 mil brasileiros já morreram. Isso não é brincadeira ou gripezinha!”, salientou
Equipe qualificada
Já o deputado Júlio Delgado (MG) lamentou, além da perda do ministro, da equipe técnica liga a Mandetta. “O presidente cumpriu as ameaças e demitiu o ministro da Saúde em meio à maior crise sanitária da história recente. Atitude lamentável, principalmente por abrir mão de uma equipe técnica e qualificada. Bolsonaro contraria as recomendações das maiores autoridades em Saúde e dos chefes de estado do mundo. A história vai dizer quem estava certo. Que Deus nos proteja”.
Deputado federal pelo Ceará, Denis Bezerra classificou como perigosa a decisão de Jair Bolsonaro. “A demissão de Mandetta é reflexo de um governo inconsequente e perigoso! O Ministro fazia um ótimo trabalho, diante de uma crise sem precedentes, defendendo o isolamento social baseado no estudo e na ciência. Falta lucidez ao Presidente da República!”, apontou.