
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, foi à televisão em rede nacional para pedir a privatização dos Correios, nesta segunda-feira (2), às 20h. Durante o pronunciamento, pediu apoio do Congresso Nacional para aprovar a medida, e foi atendido com a inclusão do PL 591/2021 na pauta para votação em plenário da Câmara dos Deputados pelo presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas/AL), já nesta terça-feira (3).
Socialistas são contrários à privatização dos Correios
No caso dos Correios, estatal que existe há mais de 350 anos, a expectativa é que a privatização deixe pequenas cidades do interior sem acesso aos serviços postais. O líder da Minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ), denunciou a venda de mais uma estatal lucrativa e com serviços acessados por todos os setores da sociedade, em todo o país.
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Para Freixo, o impacto da privatização tende a ser a precarização do serviço oferecido pelos Correios à população. “O resultado da privatização será o encarecimento do frete e o apagão postal nas pequenas cidades, que por terem menor potencial de lucratividade não interessarão à iniciativa privada. O real objetivo da privatização não é ampliar a concorrência, é tirar uma concorrente de peso do tabuleiro e aumentar o valor do frete”, diz.
O deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG), também foi às redes sociais condenar a venda de uma estatal e para defender os funcionários dos Correios, que garantem a efetividade do serviço.
Ministro distorce a realidade em pronunciamento
O ministro Fábio Faria, durante o pronunciamento nesta segunda, disse ainda que o Correios foi lucrativ0 em 2020, mas que o faturamento se mostra “insuficiente” para suprir a necessidade de investimentos. Segundo ele, são necessários R$ 2,5 bilhões por ano para melhorar a estrutura tecnológica da companhia.
“Com a privatização, os Correios vão conseguir crescer e competir, gerar mais empregos, desenvolver novas tecnologias, ganhar mais eficiência, agilidade e pontualidade.”
Fábio Faria
O discurso do governo em favor da privatização dos Correios é similar ao das campanhas pela venda da Eletrobras e por reformas recentes aprovadas no Congresso, como a trabalhista: vai diminuir o desemprego, atrair empresários e melhorar a economia. Porém, parlamentares do PSB contestam essa justificativa.