
Membro do grupo de trabalho do Turismo, na transição do governo Lula-Alckmin, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) afirma que a situação do setor é de “terra arrasada”.
O valor previsto no orçamento para 2023 é de R$ 1,87 milhão, contra R$ 150,2 milhões no presente ano, segundo dados apresentados por Freixo ao vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB).
O grupo de trabalho também identificou corte de 74% no orçamento da área para o ano que vem em relação a 2022, além de previsão para investimento de apenas R$ 19 milhões.
“O quadro que estamos encontrando de herança deste governo é trágico. São apenas R$ 19 milhões para investimento no turismo em 2023. Ou seja, não é nada”, afirmou Marcelo Freixo.
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Também não há qualquer previsão de verba para a Embratur, a agência brasileira de promoção internacional do turismo, segundo análise do grupo.
Para elaborar o documento, a equipe de transição teve acesso a dados de ministérios e secretarias. Segundo Freixo, apenas a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) se recusou a enviar informações.
“Temos um problema crônico na Embratur. A Embratur não deu nenhuma informação ao grupo de transição, deliberadamente. Responderam que não vão dar informações”, acusou.
16 mil litros de gasolina
O grupo de trabalho do Turismo da transição descobriu também que o Ministério do Turismo Jair Bolsonaro fez um contrato para o fornecimento de 16.918 litros de gasolina por ano para abastecer a frota de carros da pasta. Segundo Freixo, a quantia daria para viajar de Boa Vista a porto Alegre quarenta vezes.
“Se levarmos em conta que um carro consome 12 litros por quilômetro rodado, essa quantidade de gasolina permitiria percorrer 203 mil quilômetros. Equivale a quase 40 viagens de Porto Alegre a Boa Vista”, calcula.
A informação do contrato foi incluída no relatório que o GT entregou à coordenação da equipe de transição junto de uma orientação para que esse contrato seja minuciosamente avaliado.
O grupo de trabalho do Turismo também se mostrou incomodado com uma reestruturação de cargos feita pelo governo Bolsonaro nesta semana – a um mês do fim da gestão. “Qualquer mudança na estrutura de cargos ou em ministérios agora é muito nociva. Atrapalha tudo”, disse Freixo.