Senado aprova adiamento do Enem e pressiona governo

O PL teve 75 votos favoráveis e um voto contrário, do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro

Com 75 votos favoráveis, o Senado aprovou nessa terça (19) um projeto de lei (PL) que adia a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em virtude da pandemia do novo coronavírus. O único senador que votou contra a proposta de adiamento foi Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro.

A autora do projeto, Daniella Ribeiro (PP-PB), destacou a desigualdade no país, onde muitos estudantes não conseguem estudar em casa por falta de recursos técnicos ou por ter que cuidar da família.

“Quantos têm condições de pagar uma plataforma de streaming, um EAD [ensino à distância]? Que possamos colocar rostos nessas pessoas que estão em casa, cuidando de irmãos pequenos, em casas com cinco, seis pessoas e não têm um espaço para estudarem sozinhos”.

O Enem teve, até agora, 3,5 milhões de inscrições , e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, defende a realização da prova na data prevista. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), as inscrições vão até a próxima sexta-feira (22). 

As provas presenciais do Enem estão marcadas para 1º de novembro e 8 de novembro. Também serão previstas as primeiras provas digitais, nos dias 11 e 18 de outubro.

O projeto não firma um novo prazo para realização das provas, ficando dependente da evolução da situação epidemiológica. O texto segue para a Câmara, onde tem apoio.

Consulta direta

Nessa terça-feira (19), o ministro da Educação anunciou que o governo vai abrir consulta direta, por meio da internet, aos candidatos inscritos no Enem para decidir a data de realização das provas deste ano. De acordo com o Weintraub, a consulta deve ocorrer na Página do Participante no final de junho.