
Depois de ser preterido pelo PSL, que decidiu lançar uma candidatura própria, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), escolheu como vice em sua chapa à reeleição a tenente-coronel Andréa Firmo, primeira mulher do Exército a comandar uma base militar em missão da Organização das Nações Unidas (ONU), na África. A aliança com a militar é um sinal claro em direção ao eleitorado do presidente Jair Bolsonaro, de quem Crivella tenta se aproximar cada vez mais e busca uma declaração pública de apoio no primeiro turno.
Andréa foi observadora militar no Referendo do Saara Ocidental, entre abril de 2018 e abril de 2019. Por ser militar da ativa, ela pode se filiar ao Republicanos até amanhã para participar da eleição em novembro, segundo as regras eleitorais.
Crivella: alvo de operação
Crivella foi alvo na última quinta-feira de uma operação do Ministério Público do Rio (MP-RJ) que investiga um esquema de corrupção na prefeitura-o prefeito teve o celular apreendido. A repercussão pesou na decisão do PSL de se afastar da coligação e lançar, no sábado, o nome do deputado federal Luiz Lima, que também vai buscar o eleitorado bolsonarista.
Para Crivella, a associação com o presidente, facilitada pela companhia de um nome do Exército na chapa, tornou-se a principal estratégia para sobreviver à turbulência provocada pelas investigações – o MP-RJ classificou o esquema como “gigantesco – e manter a viabilidade eleitoral. No mesmo dia em que foi alvo, Crivella participou de uma cerimônia de formatura de sargentos da Marinha, ao lado de Bolsonaro.
Mudança de planos
O plano original de Crivella era ter uma mulher e militar como sua vice. No cenário ideal, o nome seria indicado pela “ala bolsonarista” do PSL, formada por parlamentares alinhados ao presidente.
Com a mudança nos planos do PSL, o horizonte de escolhas ficou mais estreito. A coligação do prefeito tem, além do Republicanos, outros sete partidos: Patriota, Progressistas (PP), Solidariedade, PMN, PTC, Podemos e PRTB.
“100% católica”
Nascida no bairro do Jabour, na Zona Oeste do Rio, Andréa foi professora na rede municipal antes de seguir carreira no Exército. Além do perfil militar, o nome da tenente-coronel agradou a aliados de Crivella por ela ser “100% católica“, o que é visto como um ponto favorável pela possibilidade de diversificar o eleitorado do prefeito, mais concentrado entre os evangélicos.
Nos últimos meses, a tenente-coronel já havia participado de alguns eventos da prefeitura, incluindo uma cerimônia, em julho, na qual a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Crivella assinaram um termo de cessão de armas para a Guarda Municipal.
Com informações do Globo