
O deputado socialista Professor Israel Batista (PSB-DF) afirma que o grande desafio do país este ano é garantir a democracia no Brasil. Ele participou do Bate Papo com Parente, do ex-secretário de Educação do Distrito Federal e pré-candidato ao governo do DF, Rafael Parente, na noite desta terça-feira (14).
“Hoje vivemos a destruição da política, o avanço anticivilizatório, em que ao invés de debater os argumentos do seu adversário, você ataca o adversário. É o que Goebbels fazia para destruir toda a oposição na Alemanha nazista. Este ano será um divisor de águas na história do Brasil. Se perdemos essa eleição, perderemos a democracia”, enfatiza.
Ele cita os dados do Instituto Variedades de Democracia, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, que em novembro passado confirmou que não se trata apenas de impressão os riscos que a democracia corre.
O Brasil aparece em quarto lugar entre os 10 países que nos últimos 10 anos passam por declínio democrático. Ficamos atrás apenas de Polônia, Hungria e Turquia.
O parlamentar destaca ainda as falhas do atual Congresso e a dificuldade em trabalhar contra todos os desmandos do governo de Jair Bolsonaro (PL).
“O Congresso precisa ser o ponto de equilíbrio e não tem sido. Mas, temos que trabalhar bastante contra os desmandos. O Congresso está tóxico, o governo está tóxico. Sou progressista e a gente tem que conversar com todo mundo que defende a democracia”, defende.
Rafael Parente ressalta a necessidade do convívio com o diferente como exercício fundamental da democracia.
“A gente precisa defender que a gente conviva bem entre os diferentes. Isso exige de nós paciência e respeito com aqueles que tem visão de mundo diferente”, pontua.
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Educação como base
Israel Batista tem a vida pautada na educação. É presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação e em Defesa do Servidor Público. Eleito o melhor parlamentar da educação, 2021, está entre os 10 mais influentes do país pelo Prêmio Congresso em Foco. É professor há mais de 20 anos.
Nascido em Brasília e criado em Anápolis (GO) até os 14 anos, se criou na Samambaia (DF). Mais velho de uma família de quatro irmãos, começou cedo a trabalhar. Já foi entregador de gás, de supermercado e diversos outros serviços. Mas sempre com foco nos estudos que, aliás, teve como a própria mãe a grande incentivadora.
Ela voltou aos estudos quando Israel Batista estava na quinta série e assim seguiram ao longo da vida. Formado pela Universidade de Brasília (UnB), seu diploma foi uma conquista coletiva para a família do parlamentar.
No Congresso, teve atuação fundamental para aprovação do Novo Fundeb, a Política de Valorização e Bem-Estar dos Professores, a inclusão de docentes na prioridade de vacinação contra a covid-19, recomposição de cortes de recursos, retorno seguro às aulas e reajuste do piso dos professores, entre diversos outros.
Professor há mais de 20 anos e à frente de diversos projetos de educação popular inclusiva, lembra que até mesmo a relação entre estudantes e professores foi abalada pelo extremismo bolsonarista.
“Eu sempre dei aula e quando um aluno pegava o celular e começava a me filmar, eu mandava recados para família, para a mãe do aluno, e seguia com a aula numa boa. Viramos um país que tem medo quando um aluno pega um celular porque o professor não sabe do que pode ser acusado a partir dali. É um governo que conseguiu rachar os laços de família e promover a desagregação no tecido social do país, de forma que brasileiro passe a odiar brasileiro”, alerta.
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