
Nessa quinta-feira (29), o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o estado de calamidade poderá ser prorrogado, caso venha uma segunda onda do coronavírus. Embora tenha afirmado que o governo vai trabalhar “da mesma forma”, ele acrescentou que seria necessário criar um mecanismo permanente. As informações são do Valor Econômico.
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“Se vier uma segunda onda, vamos trabalhar da mesma forma, tão decisiva quanto a primeira. Vamos ter que reagir, vamos corrigir erros ou excessos que tenhamos cometido no primeiro enfrentamento. Mas eu confio na democracia brasileira”, disse Guedes, em audiência no Congresso.
Para enfrentar a pandemia, o governo Bolsonaro adotou o chamado Orçamento de Guerra, aprovado pelo parlamento e que tirou uma série de regras para os gastos públicos. Isso permitiu o lançamento de programas como o auxílio emergencial, créditos mais barato e programas de manutenção de empregos.
“Nós precisamos ter uma cláusula de calamidade pública que justamente crie esse sistema de exceção para episódios em que precisemos preservar a vida e o emprego de brasileiros”, afirmou.
A extensão da calamidade faz parte de um plano B do governo para a hipótese de haver uma segunda onda, como já se vê em países da Europa e nos Estados Unidos. Nesse caso, admitiu o ministro, a doença pegará o Brasil numa situação de menor fôlego fiscal e com a dívida batendo no limite, perto dos 100% do Produto Interno Bruto (PIB).
Por outro lado, Guedes afirma que no Brasil “a doença está descendo” e a “economia voltando em V”. Mas o ministro acrescentou que só haverá tranquilidade com a vacina.
A reforma econômica de Guedes
Para Guedes, a continuidade do crescimento na economia depende da aprovação das reformas, e o ministro disse confiar que os debates voltarão em breve. Porém, enquanto a Câmara está focada nas eleições municipais, ainda é possível aprovar três projetos com grande impacto na economia e que não trazem custo político, argumentou. São eles: a autonomia do Banco Central, o novo marco regulatório do gás e a nova lei de falências.
A nova lei do gás proporcionará um “choque de energia barata” e permitirá a reindustrialização do Brasil, defendeu o ministro da Economia. A reforma da legislação de falências, por sua vez, permitirá uma recuperação mais rápida dos negócios que quebraram, ressaltou.