“Se eu fosse branco, vocês gostariam mais de mim?”, pergunta menino de 9 anos

Gustavo Bregunci e a esposa Karina junto dos três filhos Guilherme, Henrique e Felipe (Foto: Reprodução/Facebook)

O empresário Gustavo Bregunci compartilhou nas redes sociais uma carta que recebeu do filho Guilherme, de 9 anos, perguntando se a família gostaria mais dele se fosse branco. A criança, que é negra, foi adotada por Gustavo e Karina quando tinha 1 ano e 2 meses. Depois, nasceram Henrique, de 7 anos, e Felipe, de 5.

Guilherme inicia a carta dizendo que tem “o prazer” de ser filho do empresário e pede que ele a guarde com amor e carinho. Depois, faz a seguinte pergunta: “Se eu fosse branco, você e toda minha família iam gostar mais de mim?”.

Nas redes sociais, o pai publicou o texto e fez um desabafo: “Foda demais ler isso! Me culpei por não conseguir mostrar a ele que nosso amor nos basta, por não protegê-lo, por não deixar uma criança de 9 anos forte o suficiente pra encarar o racismo“, começa Gustavo.

“Até quando continuaremos aniquilando crianças negras? O racismo machuca a alma. Reduz o indivíduo. É covarde e cruel”, continua o empresário. Em seguida, ele questiona se outras pessoas conversam sobre o assunto com os filhos ou se preocupam em orientá-los, e sugere: “Não perca mais tempo: aproveite o domingão pra deixar pro mundo uma geração melhor que a nossa.”

O pai nega, ainda, que seja “mimimi” ou “insegurança normal do filho”. “Racismo é crime. Racismo reverso não existe”, finaliza.

“Não aceite nunca que alguém menospreze a sua cor”

Além do desabafo, Gustavo também compartilhou a resposta que deu ao filho, escrita na mesma carta. “Meu amado filho, ser seu pai é motivo de orgulho para mim. O papai adora receber suas cartinhas diárias. Eu gostaria que você imaginasse que estivéssemos conversando, como fazemos todas as noites: deitados lado a lado, olho no olho”, inicia.

“Amo seu cabelo, amo seus olhos, amo seu nariz, amo sua boca, amo seu corpo, amo sua cor. Amo tudo em você. Se mudar alguma coisa, você deixará de ser o meu Gui. E quero você do jeitinho que é. Não aceite nunca que alguém menospreze a sua cor. O nome disso é racismo e já conversamos várias vezes: racismo é crime”, continua o empresário.

Em seguida, ele pede que o filho, quando terminar de ler a carta, vá até o espelho e leia as seguintes frases: Eu sou lindo; eu sou maravilhoso; eu amo meu cabelo; eu amo a cor da minha pele; minha família me ama, do jeito que eu sou; meus amigos me amam; eu sou forte.