
O Ministério da Saúde concluiu a investigação sobre a morte de uma adolescente de 16 anos que morreu oito dias após receber a vacina da Pfizer contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2). A pasta apurou que a garota teve púrpura trombocitopênica trombótica (PTT), e o óbito, até o momento, não pode ser relacionado à vacina.
Essa informação foi divulgada inicialmente na manhã desta segunda-feira (20) pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.
A púrpura trombocitopênica trombótica é um distúrbio que envolve a formação de pequenos coágulos de sangue por todo o corpo que bloqueiam o fluxo de sangue para órgãos vitais, como o cérebro, o coração e os rins. A pasta ainda não identificou, contudo, o que teria causado esses coágulos.
A Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo deve enviar as informações sobre a morte da adolescente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que dará prosseguimento às investigações.
A jovem de 16 anos morreu no início deste mês. Ela estava internado no Hospital e Maternidade Vida’s, em São Paulo.
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Na quinta-feira (16), o Ministério da Saúde publicou nota técnica orientando que estados e municípios interrompessem a vacinação de jovens de 12 a 17 anos sem comorbidades.
Como justificativa, o órgão mencionou que a maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela covid-19 demonstra evolução “benigna” e permanece assintomática.
Após a publicação da nota técnica, órgãos e autoridades de saúde se manifestaram contra a decisão do governo federal. Em nota, a Anvisa apontou que “não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações nas condições aprovadas para a vacina”.
Os conselhos nacionais de secretários estaduais e municipais de saúde (Conass e Conasems) também se manifestaram contrários à decisão do Ministério da Saúde.
“Ao implementar unilateralmente decisões sem respaldo técnico e científico, coloca-se em risco a principal ação de controle da pandemia. Apesar de a vacinação ter levado a uma significativa redução de casos e óbitos, o Brasil ainda apresenta situação epidemiológica distante do que pode ser considerado como confortável, em razão do surgimento de novas variantes”, registra.
PSB defende direito à vacina
O Partido Socialista Brasileiro (PSB) decidiu recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para retomar a vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos suspensa pelo Ministério da Saúde sem qualquer embasamento científico. De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações houve, nos últimos 60 dias, uma melhora significativa no cenário epidemiológico brasileiros, com quedas de 65% no número de casos e de 58% de mortes por covid-19.
Segundo a instituição, esta melhora se deu principalmente por conta da vacinação da população brasileira e não pode ser encarada como motivo para suspender a imunização de quem ainda não está protegido.
Por este motivo, o PSB quer garantir que os estados dêem continuidade ao Plano Nacional de Imunização, inicialmente autorizado pela própria pasta da Saúde.
O líder da Oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) disse que a ação do PSB visa garantir a segurança da população jovem diante da crise sanitária.
“Se o governo federal insiste em trocar vacinas por remédios sem eficácia, nós não iremos permitir. Não suportamos mais ver brasileiros morrendo por causa da insanidade de Bolsonaro. Vamos à Justiça para proteger a vida de nossos adolescentes e de toda a população, na medida em que a imunização dos mais jovens colabora para frear a disseminação da doença.”
Alessandro Molon
Com informações do jornal Folha de S. Paulo