
O monitoramento por satélite está ajudando o governo de Mato Grosso a identificar os possíveis causadores das queimadas no Pantanal. Em reportagem do Valor Econômico, a secretária de Meio Ambiente do Estado, Mauren Lazzaretti afirmou que cinco inquéritos policiais já foram abertos a partir dos dados disponibilizados.
As chamas já consumiram 1,8 milhão de hectares, mais de 20% dos 6,7 milhões que o bioma ocupa no Estado, segundo a secretaria. “Ninguém está preparado para um desastre dessas proporções. É um cenário de guerra”, disse Lazzaretti.
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A previsão de calor de 50ºC, o tempo seco e a grande disponibilidade de biomassa nos campos do Pantanal dificultam o trabalho dos mais de 200 profissionais que tentam combater o fogo.
Os prejuízos econômicos e os danos ambientais causados pelas queimadas ainda não podem ser contabilizados, no entanto Lazzaretti traça estratégias de prevenção para 2021. Para que isso ocorra, ela destaca a necessidade de capacitação de indígenas, quilombolas e produtores sobre a queima controlada.
O governo de MT também trabalha na revisão da legislação estadual, de 2008, que impede a substituição da pastagem nativa por outras gramíneas no bioma. As mudanças podem acontecer ainda esse ano, e seguirão critérios técnicos.
O setor produtivo reclama que a restrição tem inviabilizado a pecuária no Pantanal, e diz que os animais ajudam na prevenção. “Precisamos ouvir a ciência para estabelecer o método mais eficiente. A regra atual dificulta a limpeza das áreas e gera muita biomassa”, disse a secretária.