
Ex-aliada, a extremista Sara Giromini, líder do grupo extremista “300 do Brasil” declarou em entrevista à Revista Veja que não intitulará mais o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelo apelido de ‘mito’.
“Decidi me aposentar. Nunca mais vocês vão me ver gritando ‘mito’, ‘mito’. Hoje morreria de vergonha de fazer isso”, afirmou ela à publicação. “Fiz tudo aquilo acreditando que havia um movimento para derrubá-lo [Jair Bolsonaro]. Eu me sacrifiquei para defendê-lo e faria tudo de novo, apenas de uma maneira diferente”, afirma Winter.
Investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito dos atos antidemocráticos, a extremista já havia tecido críticas contra o presidente. Aos prantos, a ativista usou as redes sociais para dizer que não reconhecia mais Bolsonaro. “O homem que eu decidi entregar meu destino e vida para proteger um legado conservador”, declarou em outubro do ano passado.
Denúncias rejeitadas
Nesta quarta (10), a Justiça Federal do Distrito Federal rejeitou a denúncia feita pelo Ministério Público contra Sara Giromini. Ela era acusada pelos ataques feitos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em decisão publicada na última segunda-feira, a Justiça rejeitou parte da acusação formal sob o argumento de que crimes contra a honra não são mais compatíveis com a Constituição Federal de 1988.
Apesar de rejeitar a denúncia, o juiz Francisco Codevilla, da 15ª Vara Federal Criminal do DF, no entanto, determinou que o MP proponha um acordo para a extremista diante da acusação de ameaça.
Parceiro de Giromini
Parceiro de Giromini, o jornalista Oswaldo Eustáquio se dedicava a ser ainda mais extremo. Ele pregava não só o fechamento do STF, mas também o do Congresso Nacional, e defendia desde a invasão da Câmara até a reedição do AI-5, o decreto que precedeu o período mais sombrio da ditadura militar na década de 60. Investigado pelo STF no inquérito que apura atos antidemocráticos, o jornalista teve a prisão decretada e todas as suas redes sociais imediatamente bloqueadas.
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Em dezembro, ele sofreu um acidente e fraturou a coluna. O bolsonarista perdeu o movimento nas pernas, se desloca numa cadeira de rodas e corre o risco de ficar paraplégico.
Sem acesso às redes sociais, Eustáquio perdeu a fonte de renda. A mulher dele, Sandra Terena, que ocupava o cargo de secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do governo, foi demitida logo depois da prisão. Ela diz que a rotina do marido hoje se resume a passar o dia no hospital fazendo fisioterapia e, nos intervalos, ler a Bíblia.
“Eu fiquei desempregada, meu marido não pode trabalhar, está proibido de usar as redes sociais e as crianças não podem estudar. Que crime cometemos?”, pergunta a esposa do extremista.
Com informações da Veja