
Por Julinho Bittencourt
O coronel reformado Ricardo Marques, amigo do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), nomeado como Gerente Executivo de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobras, ganha salário de R$ 70 mil mensais que, somado aos benefícios variáveis chega a R$ 130 mil por mês.
Ricardo Marques foi colega de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e é pai de Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, auditor que produziu o relatório fake do Tribunal de Contas da União (TCU).
O coronel é apontado pelo próprio filho como responsável pelo vazamento do documento, que deu suporte para Bolsonaro falar que o número de mortos pela Covid-19 seria a metade do que foi divulgado pelo próprio Ministério da Saúde em 2020.
Leia também: À CPI, auditor do TCU diz ter sido pego de surpresa com divulgação do documento
Ricardo Silva Marques se formou na AMAN em 1977, mesmo ano em que o presidente se graduou na academia. Em 2019, ainda na ativa, ganhou o cargo na gerência executiva de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobras. No ano passado, Marques foi para a reserva.
Também em 2019, Alexandre Marques, que é amigo dos filhos de Jair Bolsonaro, foi indicado para uma diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O nome do auditor, no entanto, foi barrado pelo próprio TCU, que apontou conflito de interesse, uma vez que o BNDES é um dos órgãos fiscalizados pelo tribunal de contas.
Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques foi ouvido na CPI da Pandemia no Senado na última semana. Ele teria elaborado um “estudo paralelo” segundo o qual metade das mortes confirmadas no Brasil por covid-19 não teria ocorrido.
Alexandre Marques disse que foi pego de surpresa com a divulgação do documento pelo presidente Bolsonaro e que, em conversa com o pai, ressaltou que foi um equívoco atrelá-lo a um posicionamento oficial do TCU. O auditor também afirmou não ter sido avisado pelo pai que o arquivo seria compartilhado.
Com informações da coluna de Lauro Jardim