
A tentativa das autoridades ucranianas de retirar pelo menos 215 mil civis de Mariupol, no sudeste do país, fracassou novamente após bombardeios russos. Em Irpin, subúrbio de Kiev, uma mulher e duas crianças morreram na manhã de hoje (6) após ataque de morteiro russo.
O ministro do interior do País, Anton Gerashchenko, relatou a situação em sua conta no Telegram. “A segunda tentativa de um corredor humanitário para civis em Mariupol terminou novamente com bombardeios dos russos”. O ataque ocorreu cerca 24 horas depois de as forças russas terem descumprido o acordo de cessar-fogo anterior.
Sobre as mortes de Irpin, o jornal The New York Times, relatou que o morteiro “caiu na rua, levantando uma nuvem de poeira de concreto e deixando uma família – uma mãe, um pai, um filho adolescente e uma filha que parecia ter cerca de 8 anos – atirados no chão. Soldados correram para ajudar, mas a mulher e as crianças estavam mortas. O pai ainda tinha pulso, mas estava inconsciente e gravemente ferido.”
O plano de retirada incluía três pontos a serem percorridos por autocarros municipais. Pessoas em carros particulares teriam que seguir os veículos públicos. A rota incluía Mariupol, Portovskoye, Mangush, Republic, Rozovka, Bilmak, Pologi, Orejov e Zaporiyia.
Após o início dos bombardeios russos, a prefeitura da cidade pediu que os moradores retornassem aos abrigos da cidade para aguardar novas coordenadas.
Uma nova rodada de negociações está marcada para amanhã (7). Essa será a terceira tentativa de negociações, mas até aqui Moscou reafirmou seus termos de rendição para Kiev. A Ucrânia ainda não aceitou.
Escassez de alimentos
Em 10 dias de conflitos, a Ucrânia enfrenta uma crise humanitária que se aprofunda à medida que os alimentos, água, e medicamentos se esgotam. Os refugiados seguem para o oeste do país ou para países vizinhos. Em Mariupol, por exemplo, não há água, aquecimento ou eletricidade. O estoque de alimentos também está se esgotando.