por: Ana Paula Siqueira Postado em: 26/01/2022 - 15:55 Atualizado em: 26/01/2022 - 15:55
O secretário negacionista Helio Angotti Neto, do Ministério da Saúde, tem cinco dias para explicar ao Supremo Tribunal Federal a nota técnica publicada pela pasta em que ataca as vacinas e a ciência e defende tratamento comprovadamente ineficazes contra a covid-19. A determinação é da ministra Rosa Weber.
Angotti é secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde.
No documento divulgado pelo setor que ele comanda, a segurança das vacinas é colocada mentirosamente em dúvida e defende tratamentos defendidos por Jair Bolsonaro (PL), como a hidroxocloroquina, que foram descartados pela comunidade médica e científica já no início da pandemia por não apenas ser ineficaz contra a doença, como pelos riscos à saúde que representa o seu uso para a covid.
A decisão foi tomada em ação da Rede. Na ação apresentada ao Supremo, o partido afirmou que a nota técnica “é claramente contrária ao consenso científico internacional e afronta os princípios da cautela, precaução e prevenção – que deveriam ser o norte da bússola de qualquer gestor público no âmbito do enfrentamento de uma pandemia”.
O documento afirma também que o documento do Ministério da Saúde é “acintoso à Constituição Federal”.
Na segunda-feira (24), a deputada Tabata Amaral (PSB-SP) e parlamentares da Oposição acionaram a Justiça Federal nesta segunda-feira (24) para pedir o “imediato afastamento” de Angotti.
“Trata-se de evidente mentira com intuito de reforçar distorções já levantadas pelo presidente da República no sentido de que há interesses escusos na aprovação das vacinas”, afirma a deputada.
Publicada na sexta-feira (21) no Diário Oficial da União, a nota técnica de Angotti vetou diretrizes do Ministério da Saúde – sugeridas em relatório pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (SUS), a Conitec – que contraindicam o uso de medicamentos do kit covid.
Angotti também será convocado a depor na Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal para explicar o veto à análise do tratamento de covid-19 elaborada pela Conitec, contra o “kit Covid”.
Os parlamentares afirmam que os termos da nota técnica assinada pelo auxiliar do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, “são inequivocamente falsos, ante a notória eficácia das vacinas utilizadas contra a covid-19 e a ampla rejeição científica da hidroxicloroquina para o mesmo tratamento”.
Com informações do g1
