
Como foi noticiado pela imprensa, o carnaval carioca 2022 foi de exaltação à negritude. Seis das 12 escolas do grupo especial trouxeram enredos sobre a temática racial e traços da cultura africana. O carnaval foi somente uma amostra do quanto a luta antirracista tem ganhado espaço em todas as esferas. Seguindo essa linha, a jornalista Mariane Del Rei, repórter do Socialismo Criativo, lançou o livro “Tinha que ser preto”, na Livraria da Travessa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Nascida na Baixada Fluminense, região periférica do Rio de Janeiro, Mariane Del Rei está em sua segunda coautoria. Jornalista, escritora e ativista antirracista, pelos direitos civis das pessoas negras e de outros grupos, atua no jornalismo há mais de 10 anos e trabalhou em diversos veículos de comunicação como Rede Globo e TV Brasil.
A antologia conta com a coordenação editorial da empreendedora social Marcele Oliver e foi publicado pela Editora Conquista. A obra, que surgiu de uma concepção coletiva, traz textos de 25 coautores, todos com temas pertinentes à população negra e à luta antirracista.
“A minha contribuição para esta obra foi destacar a imprensa como ferramenta para construir uma sociedade antirracista. O texto elenca situações de racismo dentro da mídia tradicional, que não devem se repetir, e mostra a importância do trabalho da imprensa negra independente. A imprensa tem um papel fundamental na ampliação da luta antirracista e na reversão do apagamento e invisibilização da cultura negra na sociedade brasileira”. Mariane Del Rei
Entre os temas abordados no livro, está racismo estrutural, saúde mental, hiperssexualização do corpo, relações étnico-raciais com a estética, empreendedorismo, colorismo, maternidade afrocentrada, e outros.
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Para a coordenadora editorial da publicação, Marcele Oliver, afirmou que título da obra fala por si só e traz a ressignificação de uma frase usada de forma pejorativa, com cunho racista.
“Tinha que ser preto! Só poderia ser preto! Por anos ouvimos de forma depreciativa esse tão famoso “jargão”, e o livro veio pra desmistificar e ressignificar essa expressão. Enfim, acho que conseguimos né?”, comemorou Marcele.
Agora, os coautores se juntam para articular outros eventos para que o livro alcance o máximo de pessoas possíveis e já planejam outros projetos.
“Em breve, estaremos em outros espaços, produzindo encontros, lançamentos, rodas de conversas, para que o livro seja cada vez mais ampliado entre o público. Essa é a nossa missão e o nosso legado”, ressaltou Mariane Del Rei.
Para adquirir o “Tinha que ser preto”, na versão e-book ou o livro físico (envio para todo o Brasil), basta acessar este link.