
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o deputado federal Fernando Francischini (União-PR) “não espalhou fake news” e disse que ele próprio, Bolsonaro, já fez as mesmas acusações que custaram o mandado do parlamentar. Pouco antes do discurso do chefe do Executivo, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a cassação de Francischini por propagação de notícias falsas sobre o sistema eleitoral.
“Aqui do outro lado da Praça dos Três Poderes uma turma do Supremo Tribunal Federal por 3 a 2 mantém a cassação de um deputado acusado em 2018 de espalhar fake news. Esse deputado não espalhou fake news, porque o que ele falou na live eu também falei para todo mundo: que estava havendo fraude nas eleições de 2018“, disse Bolsonaro.
Leia também: STF derruba decisão de Nunes Marques e retoma cassação de deputado bolsonarista
O julgamento de Francischini foi o primeiro em que houve condenação de um parlamentar por fake news no TSE e é considerado um marco para casos parecidos. O parlamentar foi cassado em outubro do ano passado pelo TSE por dizer sem provas, durante uma live, que as urnas eletrônicas estavam fraudadas para impedir a eleição de Jair Bolsonaro à Presidência da República.
Durante o evento, o mandatário também afirmou que decisões do STF não serão mais respeitadas por ele. “Eu fui do tempo em que decisão do Supremo não se discute, se cumpre. Eu fui desse tempo. Não sou mais“, disse.
Bolsonaro: Mentirada & Fracasso
Novamente, Bolsonaro repete mentiras sobre fraude nas eleições de 2018. Mesmo com vitória do pleito, o chefe do Executivo continua a reforçar a descredibilização da Justiça Eleitoral.
Assim como o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, Bolsonaro defende, sem apresentar quaisquer provas, que as eleições no Brasil podem ser forjadas. O chefe do Executivo afirmou, no último mês, que irá acionar as Forças Armadas, a Controladoria-Geral da União (CGU) e até a Advocacia-Geral da União (AGU) para fiscalizar o processo eleitoral, segundo interlocutores do presidente ouvidos pelo Globo.
Entretanto, a intenção de extremista de direita é clara: o objetivo é colocar o TSE contra a parede e dar munição para Bolsonaro atacar a Justiça Eleitoral, além de descridibilizar o pleito.
A atitude não é de se estranhar. Amargando na aprovação do governo e intenção de voto, o mandatário prevê a derrota para o ex-presidente Lula (PT), que lidera todas as pesquisas eleitorais antes mesmo do anúncio da candidatura.
Com informações do G1