
O secretário de Educação do Paraná e ex-executivo, Renato Feder, deve ser anunciado ainda nesta sexta-feira (3) como o novo ministro da Educação.
Feder havia se reunido com Bolsonaro antes da escolha de Carlos Alberto Decotelli, que pediu demissão no último dia 30 de junho, depois de uma série de denúncias sobre incoerências em seu currículo.
Ainda de acordo com o jornal, na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) havia ligado para Feder para agradecer e tido que a escolha de Decotelli havia ocorrido porque o governo estava em busca de alguém mais velho para o cargo. Decotelli tem 70 anos e Feder, 42.
Nos bastidores, o que se comenta é que Bolsonaro havia preterido Feder por sua relação com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
O empresário doou R$ 120 mil à campanha do tucano para prefeito, sendo o sétimo maior apoiador financeiro do atual governador “tucano”. Em 2016, Feder doou R$ 120 mil para a campanha de Doria para a prefeitura de São Paulo, segundo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Além de atual secretário de Educação no Paraná, Feder chegou a trabalhar na Secretaria Estadual de Educação de São Paulo.
No Paraná, seus contatos com empresários e terceiro setor fizeram com que ele fosse indicado a Ratinho Junior (PSD) para o cargo, em 2019. Durante a pandemia, o Estado é um dos que tem se destacado por ter criado rapidamente um sistema de educação a distância bem estruturado com aulas online.
Perfil
Com 42 anos de idade, Feder é formado em administração pela Fundação Getúlio Vargas e tem mestrado em economia pela Universidade de São Paulo (USP). Segundo a secretaria de Educação do Paraná, o secretário tem histórico de dez anos lecionando matemática em escolas, foi diretor de instituição de ensino por oito anos, além de ter atuado como professor do Ensino de Jovens Adultos (EJA).
No perfil em uma rede profissional, Feder afirma acreditar “que a educação precisa de estratégias pedagógicas inovadoras e de políticas públicas mais eficientes, capazes de dar suporte aos professores na missão de ensinar e de permitir que nossas crianças e jovens possam aprender mais”. Ele é visto por aliados do governo como um nome apaziguador após fortes posicionamentos ideológicos do seu antecessor.

Segundo o jornal paranaense Gazeta do Povo, Feder foi defensor do isolamento social como medida de enfrentamento à pandemia e em webconferências sobre educação quando era secretário, chegou a considerar como uma “situação horrível” a pandemia no mundo.
O cargo na secretaria de Educação do Paraná foi assumido no início do governo de Ratinho Júnior (PSD), em janeiro de 2019. Antes disso, no ano de 2017, Renato trabalhou como assessor voluntário na Secretaria de Educação de São Paulo.
Ação no TJ-SP
Além de profissional e entusiasta da educação, Feder também foi CEO da empresa de informática Multilaser entre 2003 e 2018. Por meio dela, ele responde junto ao sócio, Alexandre Ostrowiecki, um processo por suspeita de fraudar R$ 3,2 milhões em declarações de impostos. A ação corre em fase de tramitação e sob segredo no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Um dos projetos anunciados por Feder em janeiro de 2020 em entrevista ao jornal O Diário de Maringá foi o incentivo de educação financeira nas escolas do Paraná por meio de uma parceria com o Banco Central do Brasil.
Na parceria anunciada, professores da rede pública seriam capacitado sobre o assunto. “Com essa capacitação eles vão já passar para o aluno essa educação financeira”, afirmou. Outro plano anunciado pelo secretário para o estado do Paraná na ocasião era o envio de 500 alunos da rede pública para estudar um semestre no exterior.
Com informações do Estadão e IG.