
Antes com discurso de neutralidade em relação as eleições municipais, a família Bolsonaro agora passou a defender abertamente a reeleição de Marcelo Crivella (Republicanos) à Prefeitura do Rio de Janeiro. As informações são da Folha de S. Paulo.
Mudança no posicionamento ocorreu após operação policial na casa e no gabinete do prefeito. Para o clã Bolsonaro, investigação é uma tentativa de desgaste da imagem do presidente e seus filhos, já que o vereador Carlos e o senador Flávio também são filiados ao partido Republicanos.
Flávio chegou a divulgar vídeo em que lê um artigo segundo o qual “o alinhamento das atuais gestões municipal e estadual no Rio provocou uma artilharia da Rede Globo e seu canal de notícias”.
“Há um excesso de ataques de ordem pessoal e familiar. A presunção de inocência não existe”, afirmou o senador.
Contudo, Crivella corre o risco de se tornar inelegível. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio formou maioria para condená-lo por suposto abuso de poder político na eleição de 2018. Ele é acusado de levar funcionários da prefeitura a um ato de campanha do filho Marcelo Hodge Crivella, então candidato a deputado. A conclusão do julgamento será nesta quinta-feira (24).
Eduardo Paes
Outro candidato a prefeito, o Eduardo Paes (DEM) também foi alvo de busca e apreensão, dois dias antes de Crivella. A Justiça Eleitoral aceitou denúncia do Ministério Público do Rio de que Paes teria recebido R$ 10,8 milhões não declarados da Odebrecht na campanha de 2012, no MDB.
Dizendo-se um pragmático em defesa do Rio, o ex-prefeito conta ter optado por um vice cujo partido, o PL, não tem candidato ao Planalto. Ele lembra ainda que Crivella foi ministro da Pesca no governo de Dilma Rousseff (PT).
Esquerda desunida no Rio
Fracassou a tentativa de lançamento de uma candidatura única de partidos de esquerda no estado. Lançada pelo PT, a ex-governadora Benedita da Silva afirma haver “espaço para uma candidatura do povo no segundo turno”.
Pelo PSOL, a deputada Renata Souza se apresenta como candidata da maior força de esquerda no Rio. Ela afirma que o distanciamento da base Garotinho, Cabral, Crivella e Eduardo Paes permitiu ao partido “abrir o debate galgado na participação de movimentos urbanos e da sociedade organizada”.
“Temos a responsabilidade de construir aqui a principal força de oposição ao que esse grupo representa: intolerância, ódio, esquemas de vantagem pessoal e negacionismo. Uma velha política que se traveste de nova mas representa mais violência e desigualdade”.
O PDT, de Ciro Gomes, aposta na candidatura da deputada estadual e delegada aposentada Martha Rocha. A Rede, de Marina Silva, lançou o ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello.
Com informações da Folha de S. Paulo