
As redes sociais podem ser uma ameaça à civilização, revela um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. Segundo os especialistas envolvidos na pesquisa, a transferência de informação e alta fidelidade por grandes distâncias a baixo custo aceleram as mudanças nos nossos sistemas sociais.
Participaram do estudo dezessete pesquisadores especializados em biologia, psicologia, ciências neurais e climáticas, entre outras. Eles defendem que os acadêmicos devem tratar o estudo do impacto em grande escala da tecnologia na sociedade como uma “disciplina de crise”, ou seja, com a urgência necessária.
“O comportamento coletivo fornece uma estrutura para a compreensão de como as ações e propriedades dos grupos emergem da maneira como os indivíduos geram e compartilham informações. Em humanos, os fluxos de informação foram inicialmente moldados pela seleção natural, mas são cada vez mais estruturados por tecnologias de comunicação emergentes”, relata a pesquisa.
Ainda segundo o levantamento, as maiores e mais complexas redes sociais que existem atualmente aceleraram muito o fluxo de informação, o que pode trazer consequências funcionais mal compreendidas na nossa estrutura social.
“Essa lacuna em nosso conhecimento representa o principal desafio ao progresso científico, à democracia e às ações para enfrentar as crises globais”, completa o texto.
Leia também: Facebook explica como funcionará “exceção de sátira”
Infodemia de desinformação pelas redes sociais
Para os cientistas, o comportamento coletivo deve ser estudado assim como a medicina, a conservação e as ciências climáticas “As empresas de tecnologia se atrapalharam com a pandemia de coronavírus em curso, incapaz de conter a ‘infodemia’ de desinformação que impediu a aceitação generalizada de máscaras e vacinas”, detalham os autores.
O estudo alerta sobre as consequências não intencionais de novas tecnologias que contribuem para fenômenos como “adulteração de eleições, doenças, extremismo violento, fome, racismo e guerra” concluiu.
Com informações do site Olhar Digital