
A população brasileira deve sofrer ainda mais em 2022. Cálculos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estimam que o aumento na conta de luz no próximo ano deve ser de 21%. O maior em sete anos.
De acordo com a Aneel, em 2015, o reajuste médio das tarifas cobradas do consumidor residencial chegou a alarmantes 30,73%.
Isso aconteceu depois de uma série de acordos serem firmados com as distribuidoras e renovações antecipadas de concessões de transmissão e geração de energia. Drama aprofundado pela escassez hídrica dos anos anteriores.
Para o líder da Oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), o aumento mostra “descaso, despreparo e ineficiência” do governo Bolsonaro.
No texto, ao qual o Estadão teve acesso, o órgão regulador faz uma projeção sobre o impacto financeiro que a atual crise hídrica terá sobre a conta de luz em todo o País, devido às medidas que foram adotadas para garantir o abastecimento de energia.
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“Nossas estimativas apontam para um cenário de impacto tarifário médio em 2022 da ordem de 21,04%”, diz. Só neste ano, o reajuste acumulado chega a 7,04%. Ou seja, o aumento projetado para o ano que vem praticamente triplica a alta de 2021. Em 2020, o aumento médio foi de 3,25%.
A Aneel culpa o rombo causado pela crise hídrica, que deve chegar, nas “melhores estimativas”, a R$ 13 bilhões, “já descontada a previsão de arrecadação da receita da bandeira tarifária patamar escassez hídrica no período”, ou seja, o nível mais alto de cobrança da taxa extra.
Para o ministro de Minas e Energia de Bolsonaro, Bento Albuquerque, a crise hídrica é apenas um “fenômeno natural”.
Porém, diferentemente do que ocorreu há sete anos, os problemas atuais que encarecem energia surgem por conta da crise hídrica.
O setor elétrico buscou fontes térmicas de energia para garantir o abastecimento, enquanto preserva, minimamente, os níveis dos reservatórios das principais hidrelétricas do país.
O combustível usado por essas usinas, no entanto, tem preço alto.
Com informações do Estadão e da Fórum