
Rolando Alexandre de Souza foi nomeado nesta segunda-feira (4) como o novo diretor-geral da Polícia Federal. Anunciado como o escolhido de Jair Bolsonaro numa edição extra do Diário Oficial da União (DOU), Souza tomou posse minutos depois da publicação, em uma cerimônia fechada, sem a presença da imprensa.
Indicado para o cargo depois do Supremo Tribunal Federal (STF) barrar a nomeação do diretor-geral da Agência Brasileira de Investigação (Abin), Alexandre Ramagem, Rolando Souza era secretário de Planejamento e Gestão do órgão e considerado homem de confiança de Ramagem. No último dia 29 de abril, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, viu indício de desvio de finalidade na escolha do delegado, que é próximo da família Bolsonaro.
A definição de Rolando foi a alternativa do presidente para manter a influência de Ramagem, amigo da família e ex-segurança de Bolsonaro durante a campanha eleitoral.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, o diretor-geral da Abin tem participado diretamente das decisões sobre o futuro do comando da PF, uma atribuição do ministro da Justiça, André Luiz Mendonça.
Pressa
A pressa para nomeação e posse do novo indicado acontece pela preocupação com o avanço do inquérito das “Fake News”, que poderia atingir filhos de Jair Bolsonaro e até mesmo servidores que atuam no chamado “gabinete do ódio”. A investigação já identificou empresários bolsonaristas que estariam financiando ataques contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nas redes sociais, conforme revelou o jornal.
Ainda preocupam a abertura do inquérito para apurar os atos antidemocráticos em que Bolsonaro esteve presente e a apuração sobre o esquema de “rachadinha” no Gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) enquanto atuava como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.