
Por Julinho Bittencourt
O ex-motorista e ex-assessor da família Bolsonaro, Fabrício Queiroz, denunciado como operador das “rachadinhas” do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), esteve nas ruas nesta terça-feira (7), feriado da Independência para apoiar o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido).
Após um puxão de orelha por ter feito críticas à família, Queiroz voltou a se alinhar ao presidente.
Mensagem publicada por ele em julho causou burburinho pois, em determinado trecho, ele dizia que a Bolsonaro e outros “amigos” que apareciam com ele em uma foto “faltava caráter” e que sua “metralhadora tá cheia de balas”.
Ele escreveu na legenda da imagem em que aparece com Helio Lopes (hoje deputado pelo PSL-RJ), Max Guilherme Machado de Moura (assessor da Presidência), Fernando Nascimento Pessoa (auxiliar de Flávio Bolsonaro) e Jair Bolsonaro: “É! Faz tempo que eu não existo para esses três papagaios aí! Águas de salsichas, literalmente! Vida que segue?”.
Após o puxão de orelha, Queiroz voltou a rasgar elogios a Bolsonaro. “O melhor presidente de todos os tempos. Que Deus lhe cubra de bênção por toda sua vida”, escreveu Queiroz. Ele resgatou a postagem de 27 de julho 2018, em que havia comentado: “Capitão ouvindo seu subtenente, o nome disso é humildade!”
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Rachadinhas e Queiroz são notícia internacional
O esquema de “rachadinha” que envolve a família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) rendeu longa reportagem no jornal estadunidense New York Times no domingo (29), sobre. De acordo com o veículo, Bolsonaro, que teve surpreendente ascensão da periferia da política de extrema direita à Presidência impulsionada pela promessa de erradicar a corrupção, é acusado de minar o Estado de direito, à medida em que os escândalos se aproximam cada vez mais do Palácio do Planalto.
Especialistas entrevistados pelo jornal afirmam que as evidências que surgiram até agora no caso do ex-assessor Fabrício Queiroz sugerem que a família Bolsonaro participava de um esquema conhecido como “rachadinha”, comum nos escalões inferiores da política brasileira. O esquema, explica o NYT, envolve desviar o dinheiro do contribuinte mantendo empregados fantasmas na folha de pagamento ou contratando pessoas que concordam em devolver uma parte de seu salário ao patrão.