
Com Julinho Bittencourt
Na manhã desta terça-feira (26), dia em que a CPI da Pandemia entrega seu relatório final, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi recebido com cartaz de “Genocida” na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Queiroga está por lá para fazer palestra sobre as “ações do Brasil no enfrentamento da covid-19“.
O Coletivo Andorinha – Frente Democrática Brasileira de Lisboa convocou a ação ao saber que a faculdade manteve o convite ao cardiologista.
“Lamentável postura de uma instituição de ensino que, ao evocar liberdade acadêmica, promove um cúmplice da morte de mais de 600 mil brasileiros e brasileiras. Por este motivo, estaremos presentes, recebendo o Ministro da Morte do modo que ele merece, como já divulgado anteriormente”, escreveu o movimento em sua página no Facebook.
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Queiroga está fazendo um “tour” pela Europa para propagandear supostos “feitos” do governo do presidente Jair Bolsonaro uma semana após a divulgação do relatório final da CPI da Pandemia, que será votado na terça. Enquanto pesa sobre Bolsonaro acusações de 9 crimes – incluindo crimes de lesa-humanidade -, a CPI pede o indiciamento de Queiroga por crime de epidemia com resultado em morte e prevaricação.
Queiroga defendeu gestão da pandemia em palestra
Durante a palestra na faculdade de Medicina em Lisboa, Queiroga defendeu a gestão da pandemia por Bolsonaro, apontando os resultados positivos da campanha de vacinação, num contexto de forte polêmica no Brasil. Durante uma live no Facebook na última quinta-feira (21), o presidente sugeriu que os imunizantes anticovid podem aumentar o risco de pegar Aids.
Para Samara Azevedo, atriz e doutoranda bolsista em Belas-Artes da Universidade de Lisboa, integrante do Coletivo Andorinha, “não se pode confundir o livre pensamento com a publicização de pessoas e projetos antidemocráticos genocidas e eugenistas, como nos foi revelado a partir da CPI da Covid.
“Se falarmos sobre esse momento no Brasil, todos se recordam da Prevent Senior, escândalo onde médicos eram coagidos a oferecer kits de tratamento precoce anticovid para seus pacientes, um ‘kit’ que, sabemos, nunca funcionou”, lembra.
Com informações do rfi