
Autoridades europeias sinalizam que apenas dados novos, que comprovem a queda dos índices de perda da cobertura florestal, serão suficientes para levar adiante o processo de ratificação do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
De acordo com reportagem do Valor Econômico, essa espera de avanços na proteção ambiental irá atrasar a análise do tratado pelo Conselho Europeu e pelo Parlamento Europeu para 2021. Com isso, o Mercosul perderá a oportunidade de ter o acordo comercial votado ainda durante o período da Alemanha na presidência de turno da UE, que se encerra no fim deste ano.
A Alemanha tem sido defensora histórica do acordo UE-Mercosul e o governo de Jair Bolsonaro tinha esperanças que Angela Merkel fosse peso suficiente para sopesar resistências vindas de países como França, Irlanda, Polônia.
A evolução dos índices de desmatamento na Amazônia é o ponto que os europeus querem monitorar mais de perto, mas outros aspectos também preocupam. Entre eles, o orçamento do Ibama e do Instituto Chico Mendes (ICMBio), bem como as implicações de uma eventual fusão das duas autarquias. Nada disso poderia ser avaliado ainda neste trimestre.
Um importante interlocutor dos europeus resume o sentimento predominante na UE sobre as últimas iniciativas do Brasil na área ambiental: “O Conselho da Amazônia e a mobilização do Exército são positivos. Mas comunicar e mobilizar são uma coisa, entregar resultados é outra. Precisamos ver resultados”.
Casa não seja adiado, a outra possibilidade é ainda pior para o Brasil. Os últimos posicionamentos das autoridades europeias falam em rejeitar os termos do acordo “tal como está”, ou seja, cogitam reabrir os próprios termos do acordo.
Com informações do Valor Econômico
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