
No mesmo dia em que Vladimir Putin assinou dois decretos que reconhecem a independência de regiões separatistas pró-Moscou na Ucrânia, a União Européia e os EUA anunciaram sanções contra o País. A presidente executiva do bloco europeu, Ursula von der Leven, afirmou que a decisão russa é uma “flagrante violação do direito internacional”.
Em seguida, os EUA reiteraram a decisão de impor sanções contra as áreas separatistas e anunciou medidas punitivas, se for necessário. A porta voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que o presidente Joe Biden irá publicar uma ordem executiva para “proibir novos investimentos, comércio e financiamento por parte de americanos de, para ou nas regiões” pró-russas de Donetsk e Lugansk.
Com os decretos, também assinados nesta segunda-feira (21), que reconhecem a independência dos dois territórios, Putin autorizou o envio de militares russos para as regiões. A medida é considerada uma ameaça direta ao processo de paz no leste da Ucrânia, onde o conflito entre forças do governo e separatistas, apoiados por Moscou, já matou cerca de 15 mil pessoas.
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A própria Ucrânia pediu a imposição de sanções severas contra Moscou. “Acreditamos que existem razões boas e legítimas para impor pelo menos algumas das sanções agora para demonstrar que a União Europeia não está apenas falando sobre sanções, mas também está caminhando”, disse o ministro ucraniano de Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, em Bruxelas.
De acordo com o jornal “Guardian”, o governo britânico anunciará, na terça-feira (22), uma série de sanções. E o primeiro-ministro Boris Johnson disse que o Ocidente precisa aplicar o máximo de pressão possível sobre o governo russo. “Temos que ver o que exatamente aconteceu em Donetsk e Lugansk”, disse em entrevista coletiva. Johnson reiterou que a decisão de Putin é “flagrante violação da soberania e da integridade da Ucrânia”.
Reunião de emergência
Na França, o presidente Emmanuel Macron, convocou uma reunião de emergência para tratar de segurança e junto com o chanceler alemão, Olaf Scholz, chegou a conversar com Putin nesta segunda. Para Scholz a medida russa representaria uma “ruptura unilateral” dos acordos de Minsk em 2014 e 2015. Os documentos, firmados por representantes da Ucrânia, da Rússia, da República Popular de Donetsk (DNR), e da República Popular de Lugansk (LNR) tem como objetivo máximo terminar a guerra no Leste da Ucrânia.
Por Lillian Bento com agências internacionais