
O presidente russo, Vladimir Putin, admitiu que pode ser necessário aumentar o consumo energético dentro da própria Rússia caso o Ocidente continue a reduzir as compras de petróleo, gás natural e carvão daquele país. Foi a primeira vez que o líder admitiu o problema publicamente, mas disse que a encontrará novos compradores seja interna ou externamente.
Ainda que a maioria dos países ocidentais não tenha imposto sanções diretas às vendas da energia russa em retaliação à invasão da Ucrânia, as entregas diminuíram porque compradores buscam em outros lugares ou enfrentam problemas logísticos.
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Em reunião realizada nesta quarta-feira (13) com funcionários do governo e empresas, Putin abordou os problemas de exportação que a Rússia vem enfrentando.
“Quanto ao petróleo, gás e carvão russos, seremos capazes de aumentar seu consumo doméstico, estimular uma maior complexidade de processamento de matéria-prima e aumentar o fornecimento de energia para outras partes do mundo, em algum lugar onde eles sejam realmente necessários“, disse o líder russo na reunião que foi transmitida pelo canal de TV estatal russo Rossiya 24.
De acordo com, o governo russo Moscou vai redirecionar alguns fluxos de petróleo para a Ásia, além de atrair compradores como a Índia com grandes descontos. Os EUA proibiram as importações diretas de petróleo bruto e produtos da Rússia. O Reino Unido deve seguir o mesmo caminho.
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Produção em queda
A primeira semana de abril, a Rússia registrou a maior queda na produção de petróleo dos últimos dois anos. Caiu para 10,52 mihões de barris por dia, de acordo com cálculos da Bloomberg, realizado com dados do Ministério da Energia daquele país.
Uma queda de quase 500 mil barris por dia em relação a março. Em relação ao carvão, o Japão e a União Europeia (UE) anunciaram que irão eliminar gradualmente os suprimentos russos. Os Estados-membros aprovaram há uma semana o fim da importação do carvão russo a partir de agosto, de acordo com informações da Reuters.
A União Europeia já declarou que está aberta a restrições energéticas mais amplas, uma vez que a ofensiva militar do Kremlin na Ucrânia não mostra sinais de flexibilização. No entanto, ainda não há nenhuma sanção ao gás natural acordada.