
Nesta quarta-feira (17), a direção nacional do PSL decidiu pela expulsão do deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), após o parlamentar protagonizar mais um escândalo com a divulgação de um vídeo no qual ele faz ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e cita, nominalmente, seis ministros: Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Dias Toffoli. Os ataques o levaram à prisão no fim da noite de ontem.
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De acordo com informações da coluna Radar, da revista Veja, a Executiva do partido entendeu que o parlamentar ofendeu de “maneira vil” a honra dos ministros do Supremo e declarou que repudia, com veemência, os ataques disparados por Silveira. A publicação, de cerca de 20 minutos, é um compilado de críticas do deputado aos integrantes do tribunal, com xingamentos, ameaças físicas e até citação do AI-5.
“Os ataques, especialmente da maneira como foram feitos, são inaceitáveis. Esta atitude não pode e jamais será confundida com liberdade de expressão, uma conquista tão duramente obtida pelos brasileiros e que deve estar no cerne de todo o debate nacional”, diz nota divulgada pelo PSL.
No mesmo texto, assinado pelo presidente da legenda, o também deputado Luciano Bivar (PE) declarou que os ataques são inaceitáveis e não podem ser vistos como exercício da liberdade de expressão. A Executiva, então, diz que tomará todas medidas para o “afastamento definitivo do deputado dos quadros partidários”.
“Os ataques, especialmente da maneira como foram feitos, são inaceitáveis. Esta atitude não pode e jamais será confundida com liberdade de expressão, uma conquista tão duramente obtida pelos brasileiros e que deve estar no cerne de todo o debate nacional”, disse o deputado. “A Executiva Nacional do partido está tomando todas as medidas jurídicas cabíveis para a afastamento em definitivo do deputado dos quadros partidários”, completou o presidente do PSL.
Histórico de Silveira
O parlamentar que até ontem integrava a legenda que elegeu Jair Bolsonaro (sem partido) é frequentador assíduo do noticiário, menos pela produção parlamentar e mais pela truculência e obscurantismo. Há poucos dias Silveira foi retirado pela Polícia Federal de um voo São Paulo-Brasília. Ele se recusou a usar máscara, que chama de “focinheira ideológica” e é de uso obrigatório por todos os passageiros. Na ocasião, Silveira alegou que teria dispensa médica para não utilização de máscara, mas a desculpa não colou.
Não é apenas em voos que o peselista se recusa a usar a máscara de proteção contra o coronavírus. Ele circula pelo Congresso Nacional sem pudor e sem o acessório.
Após sua prisão ontem à noite e já no Instituto Médico Legal (IML), ele voltou a se recusar a usar máscara e desacatou a agente plantonista. Enquanto um assessor filmava tudo, o deputado chamou a servidora de “militante petista”.
“A senhora não manda em mim, não. Sou polícia, e aí? Também sou deputado federal, e aí? Acha que eu não conheço a porra da lei, não?!”
No histórico de truculências, ele também ficou conhecido por protagonizar a quebra da placa feita em homenagem à vereadora Marielle Franco, morta no início de 2018, ano em que o caso ocorreu.