
Um abaixo-assinado encaminhado por filiados e militantes do PSB-RS pede que o Diretório Nacional da legenda estabeleça uma punição contra a deputada federal Liziane Bayer (PSB-RS) por ir contra a deliberação da sigla e declarar apoio ao candidato à presidência da Câmara defendido pelo governo de Jair Bolsonaro e pelo Centrão, Arthur Lira (PP-AL).
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Em documento encaminhado ao presidente da sigla, Carlos Siqueira, a seção estadual do partido afirma que a atitude da deputada foi “absolutamente intolerável” e enumera razões para o pedido de consequências políticas, “à luz dos preceitos legais e estatutários que protegem a integridade do Partido”. O pedido surgiu após a parlamentar confirmar apoio a Lira no Twitter.
Afronta e desprezo à decisão do Partido
“A primeira delas é o fato de afrontar, de forma despudorada e insolente, decisão unânime do Diretório Nacional do partido, vetando qualquer forma de apoio do PSB ao referido candidato”, diz um trecho do documento endereçado ao PSB Nacional.
Eles alegam, ainda, que a deputada revelou “desprezo pelo partido, deixando cristalino que este não passa de um formalismo legal para viabilizar projetos pessoais ou de grupos incapazes, por razões as mais diversas, de expor sua verdadeira face ao debate e ao escrutínio públicos”.
Candidato de Jair Bolsonaro
O diretório gaúcho alega ainda “a própria natureza da candidatura do deputado Lira” é mais uma razão para que o PSB formalize uma punição contra a parlamentar, visto que Lira representa “os interesses de um Presidente da República que, em dois anos de mandato, acumulou um passivo social, econômico, político e moral que encontra sua síntese na absoluta indiferença frente à morte de mais de 200 mil brasileiros vitimados pelo coronavírus”.
“Um presidente golpista, cujo projeto de poder depende, para sua realização, da destruição dos requisitos legais e institucionais da civilidade política duramente conquistados após o fim da ditadura militar. Um presidente que faz a apologia de crimes contra a humanidade, como a tortura, e de seus perpetradores, os torturadores”, diz adiante.
Assinada pelo deputado Constituinte de 1988, Hermes Zaneti e pela ex-Deputada Estadual pelo PSB-RS, Maria Augusta Feldman, além de demais membro do Diretório Nacional, os signatários afirmam que é “intolerável” que uma deputada do PSB apoie publicamente esse projeto.
”Se suas inclinações ideológicas alinham-se com ele, que resolva com sua consciência o contrassenso de ter se filiado ao PSB. Mas submeta-se à disciplina partidária!”, exigiram.
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, declarou estar ciente do caso e prosseguiu com o encaminhamento do processo. “Recebi a representação dos nossos companheiros do Rio Grande do Sul e, como não sou engavetador, já encaminhei para o Conselho de Ética do PSB“, afirmou.
Leia, na íntegra, a nota e o pedido feito contra a deputada no documento anexo.
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