
Vice-líder do PSB, o deputado Alessandro Molon (RJ) anunciou na noite desta quarta-feira (16) que em conjunto com a Rede Sustentabilidade, os partidos pedirão a intimação do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), após denúncia de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) colaborou com argumentos para sua defesa no caso das “rachadinhas”. O caso veio à tona na última sexta-feira (11), a partir de informações verificadas pela coluna do jornalista Guilherme Amado, na Revista Época.
“O Gabinete de Segurança Institucional não trouxe argumentos para rebater a denúncia sobre o uso da Abin em benefício de Flávio Bolsonaro. Por isso, junto com a Rede Sustentabilidade, pedimos a intimação do filho do presidente para que preste explicações!”, escreveu Molon em suas redes sociais.
À tarde, os dois partidos já haviam recorrido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Corte solicite a entrega de supostos relatórios produzidos pela Agência. No pedido, as siglas ainda solicitam que o senador ainda identifique os agentes públicos responsáveis pelos documentos.
A denúncia contra Flávio
De acordo com a revista, a Abin, vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional, produziu relatórios para o primogênito do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus advogados sobre o que deveria ser feito para anular o caso que envolve o ex-assessor dele na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Fabrício Queiroz.
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A pedido da Rede, a ministra do Supremo, Cármen Lúcia, determinou na segunda-feira que a Abin e o GSI teriam 24 horas para prestarem informações sobre os documentos. Na terça (15), o ministro do GSI, Augusto Heleno, e a agência enviaram suas manifestações negando a produção dos relatórios.
Reunião de Heleno
Augusto Heleno chegou a admitir que participou de uma reunião do presidente Jair Bolsonaro com a defesa de Flávio e Alexandre Ramagem, diretor da Abin, para discutir o caso das “rachadinhas”. No entanto, ao perceber que o caso não tinha relação com Segurança Institucional, ele afirmou que se afastou das medidas adotadas a seguir. Heleno disse que desde o início desconsiderou “inteiramente, a possibilidade de envolver as instituições GSI e Abin no assunto”.
No pedido enviado à Corte, PSB e Rede apontam que a informação de uma reunião para tratar do assunto “milita em favor das suspeitas levantadas pelos jornais, de que a estrutura de inteligência brasileira estaria operando de forma quase paralela, para satisfazer interesses privados, por meio da confecção de relatórios não oficiais ou de forma não institucionalizada.”