
O PSB e demais partidos que compões a Liderança da Minoria na Câmara ingressaram, na terça-feira (9), com duas ações na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro (sem partido) e a intenção do governo de reduzir leitos de UTI destinados a tratamento de pacientes da Covid-19, enquanto prossegue com a distribuição indevida de cloroquina e hidroxicloroquina no país.
Nos dois ofícios, os líderes das legendas destacam que o Brasil não teve uma campanha massiva de testagem contra a Covid-19, como ocorreu em outros países do mundo, e lembram que o presidente ridicularizou publicamente a pandemia em diversas situações, chamando-a de “gripezinha” e quebrando protocolos sanitários básicos, ao circular sem máscara, enquanto quebrava o isolamento social.
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As representações contra o atual mandatário se baseiam na denúncia feita em reportagem divulgada na última sexta (5), pelo jornal El País, na qual o veículo aponta a redução drástica no número de leitos de UTI custeados pelo Ministério da Saúde no exato momento em que a pandemia volta a se agravar no Brasil. O desinvestimento ocorre, ainda, em meio ao colapso da rede pública de Manaus (AM) e à indicação de lotação superior a 80% da capacidade de atendimentos hospitalar em outras oito capitais.
13 mil leitos em habilitação
Segundo o presidente do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais da Saúde (Conass), Carlos Lula, ouvido pelo El País, o número de leitos financiados com participação federal era de 7.717 leitos vigentes até o no mês passado, em fevereiro são apenas 3.187, além de 13.045 que estão sem habilitação federal.
“Chegamos a ter 17 mil leitos [..] É como se o Ministério dissesse que, agora, estados e municípios terão que manter sozinhos a assistência”, conta o responsável pelo órgão e atual secretário de Saúde do Maranhão.
Além do líder do bloco, o deputado José Guimarães (PT-CE), assinam os documentos os líderes dos partidos Enio Verri (PT-PR), Daniel Cabral (PSB-PE) e Talíria Petrone (PSOL-RJ).