
Por Lucas Rocha e Henrique Rodrigues
Após a passagem movimentada pelo Maranhão, o ex-presidente Lula desembarcou no Ceará nesta sexta-feira (20). Logo que chegou ao Aeroporto de Fortaleza, foi recebido pelo governador do Ceará, Camilo Santana (PT). Apesar de fazer parte do PT, Santana é muito próximo da família Ferreira Gomes, de Cid e Ciro Gomes (PDT).
“Bem-vindo ao Ceará, querido presidente Lula!”, escreveu o governador em suas redes sociais ao compartilhar foto com o ex-mandatário. E Lula logo respondeu: “Muito bom estar de volta ao meu querido Ceará, companheiro Camilo Santana”.
Em menos de 1h, a postagem no Instagram já conseguiu 65 mil curtidas e 9 mil comentário e pode se tornar a mais movimentada do perfil do governador.
Além de Camilo Santana, a recepção de Lula contou com movimentos sociais e parlamentares, como a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), o deputado federal José Guimarães (PT-CE) e o líder da bancada do PT na Câmara, Bohn Gass (PT-RS). Veja vídeo.
Após o desembarque, Lula seguiu direto para o Palácio da Abolição, sede do governo cearense, para um almoço organizado pelo governador. O ex-presidente fica no estado até segunda-feira, quando parte para o Rio Grande do Norte, da governadora Fátima Bezerra (PT).
Sem poder se reeleger em 2022, Camilo Santana deve buscar uma vaga no Senado Federal no próximo pleito.
‘Vou perguntar se é civilizado’, diz Lula sobre alianças
Nesta sexta, Lula também fez uma sequência de publicações em seu perfil oficial no Twitter sobre quais serão seus critérios para estabelecer alianças na corrida eleitoral do próximo ano. Segundo o líder petista, a conversa será “com todo mundo” e ele não perguntará se seus interlocutores “são de direita ou de esquerda”, mas apenas “se são humanos e civilizados”. O pré-candidato lembrou ainda o período em que esteve preso em Curitiba.
“Minha mãe dizia: quando um não quer, dois não brigam. Eu fiquei preso 580 dias, mas não posso ficar alimentando ódio contra quem falou bobagem de mim. Vou conversar com todo mundo”, escreveu Lula em sua primeira postagem.
O ex-presidente comentou na sequência que os políticos, independentemente do campo ideológico, pensarão em suas bases eleitorais no próximo pleito, o que facilitará a decisão de abandonar o apoio a Jair Bolsonaro.
“Quando chegar em julho de 2022 vocês vão ver quantos do centrão vão continuar com o Bolsonaro e quantos vão pular do barco pra tentar se salvar. Como você não tem muitos partidos ideológicos no Brasil, muitos pensam eleitoralmente na cidade deles”, analisou e previu.
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Lula diz que vai conversar ‘com todo mundo’
“E vamos conversar com todo mundo. Não pergunto pra pessoa se ela tá no centrão ou não, quero ouvir de cada um qual é o compromisso que a pessoa tem com o Brasil. Eu quero saber se eles estão conformados com esse tanto de gente na rua, com esse tanto de gente passando fome”, publicou o homem que governou o país entre os anos de 2003 e 2010.
Para Lula, a forma como seus possíveis apoiadores se classificam no espectro político pouco importa.
“Não vou perguntar se a pessoa é de direita ou de esquerda, vou perguntar se é humano. Se é civilizado. Meu lema é o diálogo. É urgente cuidar do Brasil. Por isso em cada estado que eu chego peço pra @gleisi reunir os partidos pra gente conversar”, esclareceu.
Fascismo X democracia
Por fim, o ex-presidente falou ainda sobre a tese de polarização extrema, cenário que estaria presente no ambiente político nacional atualmente. Para ele, há sim uma fenda grande que separa os grupos que lutam por poder no país, mas essa divisão não seria da forma como muitos dizem.
“E daí polarização é entre o fascismo e a democracia. E acho que a gente tem que polarizar mesmo. Quem quiser escolher o fascismo vai escolher”, encerrou.