
A Colômbia teve mais uma noite de confrontos com forte repressão policial aos protestos que tiveram início com a tentativa de aumento de impostos pretendido pelo presidente Ivan Duque. A expectativa era de que os manifestantes voltassem às ruas nesta quarta-feira (5) em reação às mortes. Já são 19 pessoas mortas desde o início dos confrontos de acordo com a Defensoria Pública Colombiana.
Violência e desrespeito aos direitos humanos
Entre os dias 28 de abril, início dos protestos, e terça-feira (4), 87 pessoas desapareceram e mais de 800 ficaram feridas – entre civis e policiais. Também há relatos de centenas de detenções arbitrárias por parte das forças de segurança do país.
A cidade de Cali é considerada o epicentro dos confrontos, que ocorrem também em Bogotá, Medellín e Manizales, entre outras. O presidente pretendia elevar impostos sobre a renda e produtos básicos.
O intuito do governo era arrecadar cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) sob o argumento de bancar os programas sociais do país e barrar o crescimento da dívida do país. Após o início dos protestos, ele recuou e retirou o projeto de votação enviado ao Congresso. Mas não foi o suficiente para apaziguar os ânimos.
Terrorismo urbano
O presidente Ivan Duque classificou a situação como “terrorismo urbano de baixa intensidade”. E atribuiu as ações violentas a dissidentes das Farc que rejeitaram o processo de paz e, também, ao Exército de Libertação Nacional (ELN) – organização guerrilheira do país. O processo de paz com a ELN , público desde 2016, foi suspenso em 2019, após atentados em Bogotá.
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Já o Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU denunciou o uso de armas letais e uso excessivo da força contra os manifestantes. Representantes de organizações humanitárias também relatam ter sofrido ataques.
Com informações do El País, BBC e Opera Mundi