
Na última sexta-feira (20), o candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), que vai disputar o 2° turno contra Bruno Covas (PSDB), lançou uma frente ampla com o apoio do PT, PCdoB, PDT, PSB e Rede. De olho na eleição presidencial de 2022, o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou que união da esquerda é um “sinal para o Brasil”, em uma eleição que “transcende as fronteiras” da capital.
A conquista de 1,08 milhão de votos (20,24% dos votos válidos) pela chapa Boulos/ Luiza Erundina representa um salto da sigla nos últimos 15 anos. Em 2008, ao disputar a primeira eleição na capital, o candidato do PSOL, Ivan Valente, recebeu 42,6 mil votos (0,67%). Quatro anos depois, Carlos Giannazi teve 63,4 mil (1,02%). Em 2016, Erudina recebeu 184 mil votos (3,18%).
A votação de Boulos foi maior do que os 967,1 mil votos recebidos em 2016 por Fernando Haddad (PT), candidato à reeleição, derrotado no primeiro turno. E maior do que o próprio Boulos recebeu no país em 2018, quando disputou a Presidência: foram 617,1 mil votos no país e na capital, 76,9 mil votos.
A repetição da frente de esquerda em 2022, no entanto, é outra história, com poucas chances de se repetir, afirma à reportagem do Valor Econômico. Durante entrevista, Medeiros afirmou que a disputa dentro da esquerda vai continuar.
“Não acho que o PT perdeu hegemonia, mas a hegemonia vai sendo questionada por outros projetos de esquerda. O bloco PDT, PSB e Rede busca um projeto de esquerda alternativo ao do PT. O Psol também tem projeto alternativo. Mas a força hegemônica na esquerda ainda é do PT, que tem mais de 1 milhão de filiados, governa centenas de cidades [ elegeu no domingo prefeitos em 179], milhares de vereadores. A hegemonia segue, ainda que questionada”, afirmou.
Buscando explicar o bom desempenho do PSOL em São Paulo, Medeiros afirmou que há uma demanda por uma renovação na esquerda que o partido compreendeu e encampou. No entanto, afirma que a oposição ao governo Bolsonaro também ajudou:
“Tem a ver também com o papel de oposição ao governo Bolsonaro, com a combatividade no Congresso, o trabalho da direção para articular as forças democráticas contra o bolsonarismo. O compromisso com o combate aos retrocessos foi compreendido por eleitores progressistas como um depósito de confiança nas candidaturas”.
Confira entrevista completa aqui.
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