
O presidente do Chile, Gabriel Boric, fez sua primeira visita de Estado e primeira viagem internacional como mandatário à Argentina. Ele se reuniu com o presidente argentino Alberto Fernández e os dois destacaram a intenção de trabalhar em conjunto, o que inclui a integração da América Latina.
Eles se reuniram esta semana na Casa Rosada, sede do governo argentino, onde assinaram acordos bilaterais sobre políticas de direitos humanos, comerciais e migratórias. Destaque para a integração da América Latina, a soberania da Patagônia, que abarca os dois países, e o projeto do corredor interoceânico.
“Como parte da necessidade de unir a América Latina, devemos buscar concretizar, de uma vez por todas, o corredor interoceânico entre o Atlântico e o Pacífico. A Argentina aspira a concretizar esse projeto o mais rápido possível para, assim, unir o Brasil ao Chile e multiplicar nossas capacidades comerciais”, disse o mandatário argentino.
Boric se colocou como “aliado e cúmplice” do país vizinho e disse que existem muitas possibilidades de melhorar a relação entre as nações.
“Se caminhamos separados, afundamos separados, mas podemos salvar-nos se estamos juntos. Mesmo que durante muito tempo apontamos a muitas direções, ao norte ou ao Pacífico, a partir da América Latina vamos construir cooperação e internacionalismo”, afirmou Boric.
Boric visita a Argentina acompanhado de uma equipe de ministros e também empresários e dirigentes de direita.
“Você tem em mim um amigo para ajudar no que estiver ao meu alcance para alcançar a união latino-americana. Não tem sentido que o mundo cresça se não de desenvolve, são coisas diferentes; e o desenvolvimento deve chegar a todos. Aqui você tem um amigo, um sócio e um cúmplice”, afirmou Fernández.
Leia também: Roqueiro e tatuado: o fenômeno Boric começa a governar
Os dois países firmaram 52 acordos de cooperação que envolvem agenda bilateral de tecnologia e inovação, equidade de gênero, proteção e inclusão das populações mais vulneráveis e direitos humanos.
Pressões sobre Boric
Gabriel Boric voltou a ser questionado, desta vez pelo jornal La Nación, sobre a situação na Venezuela, Nicarágua e Cuba.
“Alguns setores de direita me perguntam por esses três países, mas não sobre as violações que aconteceram no meu país ou na Colômbia. Os direitos humanos devem ser protegidos de maneira íntegra, independentemente do tom político do Estado que o viola”, pontuou Boric.
Com informações do Opera Mundi